Nota Centrais Sindicais: Viva o 1º de Maio de lutas e conquistas

As Centrais Sindicais e suas entidades de base – sindicatos, federações e
confederações – realizaram o Ato de 1º de Maio em São Paulo, nas capitais e em
centenas de outros municípios, reunindo centenas de milhares de trabalhadores e
militantes.
No ato de São Paulo, milhares de militantes se reuniram para ouvir suas
lideranças e, com elas, interagir. Nossas mensagens apontaram as conquistas
recentes e indicaram nossos desafios e as prioridades futuras.
Na política nacional, destacamos a retomada da valorização do salário mínimo,
que beneficia milhões de trabalhadores assalariados e autônomos, aposentados e
beneficiários de políticas de transferência de renda; a política de igualdade
salarial entre homens e mulheres; a política para o trabalho de cuidados está em
fase final de elaboração; as mesas nacionais de negociação que produziram um
acordo, transformado em projeto de lei, para garantir direitos trabalhistas,
previdenciários e sindicais para os trabalhadores em plataforma de transporte de
pessoas; a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários
mínimos; a nova política industrial, orientada com diretrizes de sustentabilidade
socioambiental e metas de geração de empregos de qualidade, entre tantas
outras conquistas recentes.
A luta sindical no chão das empresas acontece todos os dias. Neste 1º de Maio,
comemoramos a contínua atuação sindical na organização das campanhas que
celebram, a cada ano, mais de 50 mil acordos e convenções coletivas em todos os
setores espalhados pelo país. Os dados do DIEESE indicam que quase 90% dos
reajustes salariais conquistados nas negociações coletivas foram acima da
inflação, portanto, com aumento real.
A militância reunida participou do ato político, que também contou com muita
cultura, música e poesia, como é tradição e marca do movimento sindical nos 1º
de Maio. O ato contou com a participação de lideranças do movimento popular e
de dirigentes sindicais de diversas categorias e setores que puderam fazer o
balanço das lutas, das conquistas e indicar os desafios que teremos pela frente.
As presenças do presidente Lula, do ministro Márcio Macedo, da Secretaria Geral
da Presidência, responsável pela relação com os movimentos sociais, assim como
de outros ministros e parlamentares, se deram exclusivamente como convidados,
não cabendo nenhum papel organizativo ou de mobilização nesse evento.
Destacamos que os anúncios feitos pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz
Marinho, e pelo presidente Lula vieram ao encontro da Pauta da Classe
Trabalhadora, atendendo nossas reivindicações ou indicando os próximos passos
a serem seguidos.
Este 1º de Maio também foi um momento para energizar a militância para a
próxima jornada de lutas que é cada vez mais desafiadora. Apesar de todas as
adversidades que as Centrais e entidades sindicais dos trabalhadores enfrentam,
atacadas desde 2016, com a extinção e severa restrição ao seu financiamento, a
campanha contínua contra os sindicatos, a retirada do poder de negociação e a
supressão de dezenas de direitos trabalhistas, continuamos firmes na luta, aqui
no Brasil e pelo mundo afora. Nada nos detém nem deterá. As adversidades
sempre foram e serão enfrentadas com a determinação de superá-las.
Nunca houve vida fácil para a classe trabalhadora. O sindicalismo está na origem
das democracias modernas, das liberdades políticas, no direito ao voto universal,

na distribuição dos ganhos econômicos advindos do trabalho de todos. Tudo o que
temos hoje em termos de direitos trabalhistas, sociais, previdenciários, sindicais e
políticos veio das lutas nas quais muitos deram suas vidas. O que hoje parece
natural tem uma história de solidariedade e de luta da classe trabalhadora.
Renovamos nossa prioridade de investir na valorização e no fortalecimento da
negociação coletiva, na capacidade autônoma da organização sindical de se
atualizar frente ao mundo do trabalho do futuro e de termos regras transparentes
para o financiamento sindical conforme definido pelo STF (Supremo Tribunal
Federal).
Para aqueles que, persistentemente, atuam para enfraquecer ou destruir o
movimento sindical, debilitar nossa capacidade de luta e de representação e
dinamitar a solidariedade da classe trabalhadora, queremos deixar claro que a
celebração do 1º de Maio aumenta nossa resiliência e nos fortalece para enfrentar
e superar todos os ataques e seguir lutando e trazendo novas conquistas para a
classe trabalhadora.
Manifestamos, diante da tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul, nossa
solidariedade a toda população atingida e conclamamos todas as entidades
sindicais a se juntarem na campanha de solidariedade mobilizada pelas Centrais
Sindicais. Viva o 1º de Maio! Viva nossa unidade! Viva a energia e a capacidade
de luta da nossa militância.
São Paulo, 3 de maio de 2024
Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de
Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor

Fonte: Mundo Sindical

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