Após cassação de Dallagnol, Moro avalia que será o próximo: 'eles vêm para cima de mim'

O ex-juiz parcial e agora senador está apreensivo. Ele buscou angariar apoio até
da família Bolsonaro para tentar evitar a cassação de Dallagnol
Após ver Deltan Dallagnol (Podemos-PR) tendo seu mandato de deputado federal
cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-juiz parcial
e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) está preocupado porque tem certeza de
que será o próximo alvo da Justiça Eleitoral.
“A tensão de Moro se justifica: em tribunais superiores, sua condenação é dada
como certa. De acordo com interlocutores que conversaram com o ex-juiz nesta
semana, ele estava extremamente preocupado com o processo contra Deltan
Dallagnol, e tentou conseguir apoio inclusive da família Bolsonaro para tentar
evitar o pior, ou seja, a perda de mandato do colega”, relata Mônica Bergamo, da
Folha de S. Paulo.
Em conversas nos bastidores, Moro já disse acreditar que depois da decisão
contra Dallagnol, eles vêm para cima de mim'. No mundo político de Brasília a
aposta é a mesma: Moro também poderá perder o mandato.
Ele ainda se faz de vítima, assim como Dallagnol, ao afirmar que há uma
estratégia organizada 'lá atrás' para tirar da política quem atuou na Lava Jato.
“A eleição de Moro está sendo questionada na Justiça Eleitoral do Paraná pelo PL.
O partido apresentou um pedido de cassação do mandato dele em dezembro de
2022, questionando supostas irregularidades nos gastos de campanha”, informa a
reportagem.
Deltan Dallagnol
O TSE cassou nesta terça-feira (16) o mandato de Deltan Dallagnol com base na
Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatura de integrantes do Ministério Público se
houver pendência de análise. Dallagnol foi procurador do MPF-PR na Operação
Lava Jato, no Paraná, onde são julgados os processos de primeira instância
jurídica.
Em ação contra o parlamentar, a federação PT, PCdoB e PV argumentou que o
então candidato não poderia concorrer às eleições de 2022 por causa de
pendências de sindicâncias e reclamações administrativas no Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP).
A cassação de Dallagnol ocorreu por unanimidade. O relator do caso, ministro
Benedito Gonçalves, concluiu que, antes das eleições de 2022, o então candidato
agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada,
uma série de atos para não ficar inelegível.

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