Após gritaria bolsonarista, Defesa não vê fraude eleitoral. Urnas são ‘orgulho nacional’, afirma TSE

Relatório desarma discurso do presidente, mas traz ressalvas e faz sugestões à

Justiça Eleitoral

Depois de meses de alarde por parte do atual presidente da República e parte de
seus assessores contra o sistema eletrônico de votação, o próprio governo acaba
de reconhecer que o processo eleitoral brasileiro foi correto. O Ministério da
Defesa confirmou no início da noite desta quarta-feira (9) que entregou ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relatório produzido pela equipe técnica das
Forças Armadas.
A Defesa informa ainda que o relatório “foi produzido por uma equipe composta
por oficiais de carreira especialistas em gestão e operação de sistemas de
tecnologia da informação; em engenharia de computação e de telecomunicações;
em defesa cibernética; entre outras”. Assim, o documento “apresenta
observações, conclusões e sugestões relacionadas, especificamente, ao sistema
eletrônico de votação, conforme as atribuições definidas pelo Tribunal às
entidades fiscalizadoras”. O ministério tornou o relatório público em seu site
(https://www.gov.br/defesa/pt-br), além do Instagram.
Legalidade e democracia
“É importante ressaltar que o trabalho dos militares se norteou pela estrita
observância da legalidade, pela elevada capacidade técnica e pela colaboração
com a Justiça Eleitoral”, diz ainda a nota da Defesa. Dessa forma, o ministério e
as Forças Armadas afirmam reforçar seu compromisso com o povo, a democracia,
a defesa da pátria e a garantia do poderes constitucionais, “da lei e da ordem”.
O relatório traz ressalvas, no entanto. “Primeiro, foi observado que a ocorrência
de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração
dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do
processo. Segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de
Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o
sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código
malicioso que possa alterar o seu funcionamento.” Com isso, pede investigação à
Justiça Eleitoral.
Sem fraude ou inconsistência
Imediatamente, o TSE divulgou nota para afirmar que recebeu “com satisfação” o
relatório do Ministério da Defesa. E lembra que outras entidades também não
apontaram existência de fraude ou inconsistência no sistema eleitoral. “As
sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente
analisadas”, diz o tribunal.
“O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que
as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da
apuração e da totalização dos votos”, acrescenta a nota, assinada pelo presidente
da Corte, ministro Alexandre de Moraes.

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