Copom mantém Selic em 13,75% e contraria o interesse nacional

Na primeira reunião sob o governo Lula, taxa básica de juros é mantida;

presidente havia criticado o patamar elevado da Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)
anunciou, nesta quarta-feira (1), que a taxa básica de juros, a taxa Selic,
será mantida em 13,75% ao ano. Esta e a quarta vez consecutiva que a
Selic é mantida neste patamar, o mais alto desde 2016, quando chegou a
14,25%.
É a primeira reunião do Comitê sob o governo Lula.
Antes mesmo da reunião, o presidente Lula já havia criticado o alto
patamar em que se encontra a Selic em comparação com a inflação que
fechou 2022 em  5,79% (IPCA) . O inconformismo do presidente acontece
porque os juros altos seguram os investimentos que o país necessita
fazer após o trágico governo de Bolsonaro, em que a indústria nacional
foi sucateada, o consumo diminuiu e cresceu o número de trabalhadores
sem direitos.
Conforme explica o economista Paulo Kliass, em seu artigo “ Quem
manda na política monetária? ”, o “Copom deveria ter a obrigação de
acompanhar a legitimidade do governo que acabou de tomar posse e
articular a política monetária às necessidades mais gerais da política
econômica”.
No entanto, como vimos, os nove integrantes do Copom nomeados ainda
por Bolsonaro para o Banco Central tem seguido os interesses do
financismo, que tem agenda diametralmente oposta aos interesses da
maioria da população. Evidência disso foi o aumento da Selic por 12
reuniões consecutivas desde 2021, que fez a taxa básica de juros passar
de 2% para os atuais 13,75%, como indica Kliass.
Fato é que o Brasil continua com uma das mais elevadas remunerações
do mundo para o capital especulativo em oposição a necessária
retomada do crescimento econômico combinada com a redução das
desigualdades obstinada pelo terceiro mandato de Lula.

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