Datafolha mostra empate técnico entre atual prefeito e Boulos à Prefeitura de São Paulo

Tecnicamente empatados, Boulos tem 30% e Ricardo Nunes 29%. Campanha de Nunes mostra resiliência mesmo após revelação de mega caso de corrupção da atual gestão.

O pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL),
está empatado tecnicamente com o atual prefeito da cidade, Ricardo
Nunes (MDB). O resultado é do mais recente levantamento do instituto
Datafolha, divulgado nesta segunda (11).
Boulos lidera a pesquisa com 30% das intenções de voto, seguido por
Ricardo Nunes com 29%. Tabata Amaral (PSB) marca 8%, seguida de
Marina Helena (Novo) com 7%, Kim Kataguiri (União Brasil) com 4% e
Altino (PSTU) com 2%.
Outros 14% declaram voto em branco ou nulo, enquanto 6% não sabem
em quem votar. A margem de erro é de três pontos para mais ou para
menos.
Eis o 1º cenário estimulado de 1º turno:
Guilherme Boulos (Psol) – 30%;
Ricardo Nunes (MDB) – 29%;
Tabata Amaral (PSB) – 8%;
Maria Helena (Novo) – 7%;
Kim Kataguiri (União Brasil) – 4%;
Altino (PSTU) – 2%
Brancos/nulos – 14%;
Não sabem – 6%
O Datafolha ouviu pessoalmente 1.090 eleitores entre os dias 7 e 8 de
março. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para
menos. O primeiro turno da eleição será no dia 6 de outubro, e a
campanha começará oficialmente em agosto.
A pesquisa revela o espelhamento da política nacional, uma vez que
Boulos é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto
Nunes tem como cabo eleitoral o líder da extrema-direita e ex-presidente
Jair Bolsonaro.
O resultado reflete a melhora na avaliação do prefeito, mesmo com o
esquema de corrupção publicado pelo UOL na semana anterior a

divulgação da pesquisa. Em agosto, Nunes tinha 23% de aprovação e
agora marcou 29%.
Um último cenário sem Tabata e com o PSB se aliando a Boulos também
foi testado. Os percentuais, nesse caso, ficam em 33% para Boulos e
33% para Nunes. A candidata do Novo, Marina Helena, fica com 8% e
Altino, do PSTU, marca 2%.
Por fim, na pesquisa espontânea, quando não são apresentadas opções
de candidatos, Boulos marca 14% e Nunes tem apenas 8%. Há, ainda,
2% que declaram voto “no atual prefeito” e 1% que vota “no PT ou no
candidato do Lula”.
Nunes se mostra resiliente mesmo com escândalo bilionário
A publicação de esquema de corrupção bilionário não afeta campanha do
atual prefeito Ricardo Nunes, que teve um aumento da aprovação da
gestão entre agosto de 2023 (23%) e março de 2024 (29%).
Na semana passada, o UOL revelou que a maioria dos contratos de
obras emergenciais feitas sem licitação durante a gestão Ricardo Nunes
(MDB), em São Paulo, tem indícios de combinação de preços entre
empresas.
O conluio teria atingido 223 dos 307 contratos para obras emergenciais
em valores que ultrapassam os R$4,3 bilhões.
Entre 2021 e o final de 2023, segundo a publicação, o total gasto em
contratos dessa natureza (4,9 bilhões) supera com folga a soma dos
gastos dos últimos quatro prefeitos: Kassab (R$ 116 milhões), Haddad
(R$140,7 milhões), e João Doria e Bruno Covas.
Em uma disputa, a empresa X apresentava um valor competitivo e a
empresa Y, não; daí, em outra disputa, a mesma empresa Y apresentava
um valor competitivo e a mesma X, não. Como se tratava de seleções
emergenciais, o poder público é que enviava os convites para a
participação das empresas.
Ao invés de abrir licitações públicas para resolver problemas de
contenção de encostas, intervenções em margens de rios, córregos e
galerias pluviais e recuperação de vias públicas, deixando contratações
urgentes para casos especialíssimos, a Prefeitura de São Paulo sob a
gestão de Ricardo Nunes (MDB) criou “emergências fabricadas”, de
acordo com o Tribunal de Contas do Município (TCM).
Além disso, a gestão de Nunes também usou a máquina do município
para atuar no ano eleitoral. Por conta do acordo entre o governo federal e

o município de São Paulo, o caixa da Prefeitura está transbordando,
tendo juntado mais de R$ 30 bilhões para o atual prefeito gastar em sua
reeleição.
A cidade teve a dívida quitada com a União em troca da cessão do
Campo de Marte, uma negociação que começou com o falecido Bruno
Covas e teve participação importante do “primeiro-ministro” da capital,
Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara.
Marta e Lula podem virar o jogo com a periferia
A ex-prefeita Marta Suplicy, anunciada como pré-candidata a vice-
prefeita de Boulos na chapa, pode ser um grande trunfo para Boulos
voltar a crescer nas próximas pesquisas. Isso porque Ricardo Nunes
ainda desponta com a menor rejeição entre o eleitorado de mais baixa
renda.
Nunes é mais rejeitado entre quem tem ensino superior (41%) do que
entre quem tem ensino fundamental (17%). O índice de quem não vota
nele é de 42% entre quem recebe de 5 a 10 salários-mínimos, enquanto
Boulos registrou 24% entre quem recebe até dois salários-mínimos.
Marta é lembrada de forma positiva pelas pessoas de renda mais baixa
especialmente por causa da instituição do Bilhete Único e da criação dos
Centros Educacionais Unificados (CEUs) durante seu mandato.
O desempenho da economia brasileira, que vem surpreendendo os
analistas do mercado, também pode catapultar a campanha do deputado
federal Guilherme Boulos. O aumento na percepção da qualidade de vida
dos trabalhadores terá grande peso na decisão do eleitorado no
momento em que ele estiver na frente da urna.
Para isso, os índices econômicos como taxa de desemprego, queda na
inflação dos alimentos e o aumento do poder de compra precisam seguir
bons.

Fonte: Vermelho

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