Décio Lima (PT) enfrenta bolsonarismo em SC e diz que fará governo humano

Candidato surpreendeu no primeiro turno, passando à frente de
candidatos da extrema-direita, e disputa o governo com o bolsonarista

Jorginho Mello (Republicanos)

A esquerda de Santa Catarina conquistou uma importante vitória no
primeiro turno destas eleições. Em meio a pelo menos quatro
candidaturas alinhadas ao bolsonarismo, dentre as quais a do atual
governador Carlos Moisés (Republicanos), e com alto grau de
preferência pelo atual presidente no estado, o petista Décio Lima
surpreendeu e foi o escolhido por 17% dos catarinenses para enfrentar
no segundo turno o bolsonarista Jorginho Mello  (PL), que obteve 38%.
Atualmente, Mello tem 59% das intenções de voto, contra 26% de Lima,
segundo pesquisa Ipec divulgada dia 18. Num dos estados mais
bolsonaristas do país — o presidente obteve 62% dos votos, contra
quase 30% de Lula (PT) no primeiro turno — a ida da esquerda ao
segundo turno, disputando com a direita, é um grande feito. Agora, Lima
e sua vice, Bia Vargas (PSB) lutam para ampliar a vantagem e virar o
jogo até o dia 30.
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do povo catarinense
Extrema-direita em SC
Os desafios impostos não são pequenos em meio a uma realidade local
em que a extrema-direita mostra força. Há poucos dias, por exemplo, a
Polícia Civil catarinense prendeu cinco suspeitos de ligação com
atividades neonazistas no estado, que já registrou vários outros casos
dessa natureza. Com eles, foram encontradas armas, munições, coletes
e símbolos nazistas; o grupo atuava em Joinville, São José, Maravilha e
São Miguel do Oeste.
Além disso, das mais de 1.400 denúncias de assédio eleitoral registrados
pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em todo o Brasil, 139 foram
em SC, terceiro estado em número dessas ocorrências.
No sábado (22), a campanha de Décio Lima divulgou áudio no qual o
empresário Luciano Hang, apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro e
do candidato ao governo Jorginho Mello, sugere ao secretário estadual
da Fazenda, Paulo Eli, que demita e atrase os salários de professores
em troca de benefícios fiscais.
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O amor contra o ódio
Lima tem se contraposto a esse cenário, marcado pela agressividade
típica do bolsonarismo, reafirmando seus compromissos, de forte viés

social, com a população do estado. “Eu não serei um governador que
ficará sentado sabendo que temos no nosso estado 900 mil catarinenses
na vulnerabilidade alimentar. Vou fazer um governo humano. Trazendo
dignidade e cidadania para o nosso povo”, disse Décio pelo Twitter,
durante debate na NDTV, em contraposição às gestões bolsonaristas
que tiram direitos e aumentam as dificuldades para as populações mais
empobrecidas.
“Eu vou governar com a sociedade. A minha equipe de governo não será
dogmatizada e não terá orçamento secreto. Todos estarão comigo para
enfrentar de forma apaixonada os problemas do nosso estado”, apontou.

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