Desemprego cai em 2022, mas fica acima de 2015. Governo Bolsonaro ‘lidera’ também em informalidade

Número médio de desempregados caiu, mas soma 10 milhões. Renda também
diminui, enquanto trabalho sem carteira cresceu mais que o registrado
A taxa média de desemprego no Brasil recuou para 9,3% em 2022, mas ficou
acima do período 2012-2015, que registrou os menores índices. Embora o
número de desempregados tenha recuado 27,9% ante 2021, para 10 milhões, o
total de pessoas à procura de trabalho cresceu 46,4% desde 2014, quando a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua tinha o menor
contingente de desempregados (6,,8 milhões). Os resultados anuais foram
divulgados na manhã desta terça-feira (28) pelo IBGE.
Assim, o governo Bolsonaro tem as duas maiores taxas de desemprego da série
histórica da Pnad Contínua: 13,8% em 2020 e 13,2% em 2021, período de
pandemia e flexibilização crescente das modalidades de contratação. A menor
continua sendo a registrada em 2014 (6,9%).
Emprego sem carteira cresce mais
De acordo com a pesquisa, o total de ocupados chegou a 98 milhões, maior
média anual da série, com crescimento de 7,4% sobre 2021. Mas o número de
empregados sem carteira no setor privado (12,9 milhões) cresceu mais que o de
trabalhadores com carteira (35,9 milhões). Os aumentos foram de 14,9% e 9,2%,
respectivamente.
Já o número médio de trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, para 25,5
milhões. Por sua vez, os empregados no setor doméstico, onde predomina a
informalidade, aumentou 12,2%, somando 5,8 milhões.
Com esses resultados, a taxa média de informalidade oscilou de 40,1%, em 2021,
para 39,6%. Mas fica acima das taxas registrada em 2016 (38,6%) e mesmo em
2020 (38,3%).
Desalento e renda
Os desalentados foram estimados em 4,3 milhões de pessoas, queda anual de
19,9%. O recorde desse grupo é de 2020 (5,5 milhões), enquanto o menor
número foi apurado em 2014 (1,5 milhão).
Estimado em R$ 2.715, o valor médio do rendimento caiu 1% em relação ao ano
anterior. Mas, com o crescimento da ocupação, o total da massa de rendimentos
chegou a R$ 261,3 bilhões, o maior da série. No período de 2012 a 2022, a
massa cresceu 12,6%.
Setor de serviços se recupera
Entre os setores de atividade, o que inclui agricultura, pecuária, produção
florestal e aquicultura teve queda de 1,6% na ocupação (8,7 milhões de
trabalhadores em 2022). Em 10 anos, retração de 15,1%.
No segmento de serviços, as atividades de alojamento e alimentação, bastante
afetadas pela pandemia, cresceu 15,8% no ano passado (5,3 milhões de
ocupados). Em relação a 2012, alta de 39,5%.
Já o setor que inclui comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas
aumentou 9,4%, para 18,9 milhões de empregados. Também ante 2012,
expansão de 12,6%.

Por sua vez, a indústria somou 12,6 milhões de empregados, alta de 6,3% no ano
passado. “Apesar desse aumento recente, de 2014 para 2022, a indústria geral
teve perda de 842 mil trabalhadores”, informa o IBGE.
Na administração pública (incluindo defesa, seguridade, educação, saúde humana
e serviços sociais), eram 17,1 milhões de trabalhadores em 2022. Crescimento de
5,8% no ano e de 19,9% sobre 2012.
“O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o
impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a
consolidação do processo de recuperação” afirma a coordenadora de Trabalho e
Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Apenas no trimestre encerrado em dezembro, a taxa média de desemprego
recuou para 7,9%. São 8,6 milhões de desempregados.

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