João Alves: Bolsonaro, um governo contra os trabalhadores

Eleito presidente com a maioria dos votos da população, Jair Bolsonaro (PSL) já
deixou claro que vai governar para os ricos. Neste mês de julho, duas medidas
comprovam que os trabalhadores são os mais prejudicados com sua gestão.
Primeiro, o governo liberou o “toma-lá-dá-cá” para aprovar a nefasta reforma da
Previdência, em primeiro turno, na Câmara de Deputados. Cerca de R$ 850
bilhões sairão do bolso dos trabalhadores e vão para o pagamento dos juros da
dívida pública a banqueiros e rentistas.
As novas regras representam, na prática, o acesso mais difícil – quase impossível
– à aposentadoria. O brasileiro vai precisar trabalhar e contribuir mais, mas se
aposentará mais tarde e com um benefício menor. Já os privilégios – as super-
aposentadorias – continuam valendo. Só os trabalhadores vão pagar essa conta.
A reforma ainda estava em tramitação na Câmara quanto conhecemos um novo
ataque do governo Bolsonaro aos trabalhadores: a medida provisória (MP)
881/2019, chamada de “MP da Liberdade Econômica” – umas iniciativa que piora
ainda mais a legislação trabalhista.
Direitos são retirados. Negociações e acordos coletivos podem ser anulados,
aumentando a exploração e tratando sem distinção, por exemplo, o trabalho aos
sábados, domingos e feriados. Se a MP for aprovada, as empresas passam a
decidir se vão ou não vão eleger comissões internas de prevenção de acidentes
(Cipas). A Justiça de Trabalho será cada vez mais uma carta morta.
Precisamos derrotar cada uma dessas medidas e resistir. Para isso, é preciso
fortalecer os sindicatos – e é fundamental unificar vários setores da sociedade em
defesa do Brasil. Não vamos desistir!
* João Alves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, é
membro do Conselho Consultivo da Fitmetal (Federação Interestadual de
Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil)

Fonte: Agência Vermelho

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