Lula defende demarcação e produção agrícola em terras indígenas

O presidente participou nesta segunda-feira (13) da 52ª Assembleia
Geral dos Povos Indígenas, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em

Roraima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (13)
a demarcação das terras e um programa de produção agrícola voltado
para o povo indígena. Pela segunda vez em Roraima, no seu terceiro
mandato, Lula participou da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas,
na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
O encontro reúne cerca de 2 mil líderes indígenas para discutir o tema
Proteção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade. No local, estão
representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana,
Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.
Na primeira ocasião, no dia 21 de janeiro, o presidente visitou o estado
para verificar de perto a tragédia humanitária e de saúde vivida pelo povo
yanomami, vítima da ação do garimpo ilegal em suas terras.
“Eu tenho pedido, tanto para a Fundação Nacional do Índio (Funai)
quanto para o ministério [dos Povos Originários], para me apresentar
todas as terras que estão prontas para serem demarcadas, porque a
gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apoderem
delas. Antes que as pessoas inventem documentos falsos, escrituras
falsas e digam que são donas da terra”, afirmou Lula.

“Nós precisamos rapidamente tentar legalizar todas as terras que estão
já quase que prontos os estudos para que os indígenas possam ocupar
os territórios que é deles”, completou o presidente.
No evento, os indígenas fizeram a apresentação a Lula da produção
agrícola numa feira montada no evento.
“Isso é uma demonstração de que na medida em que vocês tenham
oportunidade, na medida em que vocês têm garantia à terra e, na medida
em que vocês tenham incentivo financeiro para produzirem,
possivelmente vocês produzirão igual ou melhor do que qualquer outra
pessoa que tenta tirar o sustento da terra”, discursou.

Sem incentivo
O presidente disse ainda que ficou triste ao saber que os indígenas não
têm incentivo do governo local para incrementar sua produção.
“Vamos pensar um programa de produção agrícola para incentivar a
produção indígena na terra. E vamos legalizar as terras que estão com
documentos prontos, para cuidarmos de um bem precioso para a gente”,
disse o presidente durante o evento.
Lula prometeu discutir o assunto e tirar o projeto do papel. “Vamos voltar
para Brasília e conversar com ministros, porque se temos dinheiro para

financiar a agricultura, por que não existe dinheiro para indígenas na
plantação?”, indagou.
O presidente destacou que a sociedade brasileira está tomando
consciência de que os indígenas não estão ocupando nenhuma terra
sem dono.
“Na verdade, os indígenas estão ocupando 14% de um território nacional
que já tiveram 100%. São os outros 86% que estão ocupando uma terra
que era deles”, lembrou.
Porém, Lula disse que todos os projetos a serem desenvolvidos pelo seu
governo deverão contar com a chancela das organizações indígenas.
“Falta muita coisa para o povo indígena, e nós temos que ter a
responsabilidade de garantir. Não vamos fazer isso de cima pra baixo,
vamos respeitar a organização dos povos. Vamos ouvir sobre os
investimentos que vocês acham importantes. Contem conosco”, afirmou.
Além da produção agrícola, Lula falou sobre investimentos na área de
educação. “Quanto mais indígenas formados doutores, melhor. Por isso
vamos fazer mais escolas técnicas, universidades. Queremos que os
jovens tenham a oportunidade de estudar para serem o que quiserem,
junto com o povo de vocês”, prometeu.

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