Ministério da Justiça demite os policiais que mataram Genivaldo

Foram demitidos William de Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima
Nascimento e Kleber Nascimento Freitas. Dino determinou revisão dos

cursos para formação de policiais.

O ministro da Justiça, Flavio Dino, assinou nesta segunda (14) a
demissão dos três agentes da Polícia Federal Rodoviária envolvidos no
assassinato de Genivaldo Santos, em Sergipe, em maio do ano passado.
“Estou assinando a demissão de 3 policiais rodoviários federais que, em
2022, causaram ilegalmente a morte do Sr. Genivaldo, em Sergipe,
quando da execução de fiscalização de trânsito”, manifestou Dino no
Twitter.

Genivaldo foi morto após ser trancado dentro do porta-malas de uma
viatura da PRF junto com bomba de gás lacrimogênio. Segundo laudo do
Insituto Médico Legal (IML), o homem de 38 anos morreu de
“insuficiência aguda secundária a asfixia”.
Ele foi abordado por Willian Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho por
trafegar de moto sem capacete na BR-101, na cidade de Umbaúba. Na
época, a PRF informou que, durante a ação policial o homem resistiu
“ativamente” à abordagem e que, em razão da sua agressividade, foram
empregadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial
ofensivo para sua contenção.
Genivaldo fazia tratamento contra a esquizofrenia há pelo menos 18
anos e tomava antipsicóticos. O laudo toxicológico apontou a presença
do remédio no sangue dele, e que não havia sinais de bebida alcoólica e
nem de drogas.
O psiquiatra responsável pelo tratamento disse que, no momento da
abordagem, Genivaldo não estava em surto, por estar medicado e que
ele era uma pessoa pacífica e levava uma vida normal.
Os três foram envolvidos foram afastados das atividades e, em outubro
de 2022, presos. Eles respondem por tortura e homicídio triplamente
qualificado e devem ir a júri popular.
Dino informou ainda que determinou a revisão dos manuais de
procedimentos da Polícia Rodoviária Federal para eliminar possíveis
falhas.
“Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente
matem pessoas. Estamos trabalhando com Estados, a sociedade civil e
as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que
não cumprem a Lei, melhorando a Segurança de todos”, ressaltou o
chefe da pasta.
De acordo com a pasta, as demissões foram baseadas em “infrações
disciplinares” e violação dos deveres da função, como “observar as
normas legais e regulamentares, e de tratar com urbanidade as pessoas;
e praticar injusta ofensa física, em serviço, a particular”.
No começo de agosto, a PRF havia recomendado a demissão dos três
policiais, em conclusão da investigação interna do caso, que foi
compartilhada com o Ministério da Justiça.
Fonte: Vermelho

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