Ministra diz que Brasil vai liderar iniciativas ambientais no mundo

Em evento com principais líderes econômicos mundiais na Suíça, Marina
Silva lembra que o Brasil sempre liderou pelo exemplo do combate à

pobreza e ao desmatamento

Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), a ministra do
Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, falou em reposicionar
o Brasil no debate sobre meio ambiente e aquecimento global. Ela
participou nesta terça-feira (17) do painel Brasil: Um Novo Roteiro, com o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O governo enviou os ministros da Fazenda e do Meio Ambiente para
representar o país no Fórum Econômico deste ano, cujo tema é
cooperação em um mundo fragmentado, e demonstrar a sintonia entre
duas áreas tratadas como conflituosas: o desenvolvimento econômico e
a preservação ambiental.
COP 30 em Belém
No evento, que reúne os principais líderes econômicos do mundo, ela
falou das principais metas do novo governo Lula em relação à política de
meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, assim como explicou o
motivo do Brasil sediar a Conferência das Partes das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), em 2025.

Marina disse que o Brasil pode liderar iniciativas para preservação
ambiental no mundo. A decisão de candidatar a capital amazônica à
cidade-sede da 30º edição da Conferência, é para apresentar a
materialização dos resultados dos compromissos assumidos pelo país
com a questão ambiental.

World Economic Forum/Sandra Blaser
“Ter a COP30 no Brasil é dar um sinal que queremos alcançar esses
objetivos e queremos que ela aconteça num ambiente não mais dos
enunciados, mas dos resultados. O Brasil sempre liderou pelo exemplo
no combate à pobreza, no combate ao desmatamento, na redução da
emissão de CO²”, afirmou a ministra.
A realização do evento na região da Amazônia já havia sido defendida
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua participação na
COP27, em novembro, no Egito. O anúncio da candidatura do Brasil para
sediar o evento foi feita no dia 11 de janeiro, com a formalização do
pedido para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Energia e economia verde
Durante sua participação, a ministra Marina Silva anunciou que o
governo já está trabalhando para retomar as ações de combate ao
desmatamento e para reestruturar a pasta.
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proteção”, critica Marina Silva
“No caso das metas de desmatamento, já voltamos com o Fundo
Amazônia, com o Plano de Combate ao Desmatamento e já estamos

recompondo os orçamentos das equipes do ministério. O próprio ministro
[da Fazenda, Fernando] Haddad nos ajudou na transição a agregar mais
R$ 500 milhões para o Ministério do Meio Ambiente, e fazermos com que
os fundos de doação não sejam colocados no teto de gastos”, disse.
A ministra também cobrou que outras nações mundiais cumpram
compromissos assumidos contra o aquecimento global já que o esforço
brasileiro, se isolado, não resolverá o problema. “Podemos zerar o
desmatamento da Amazônia, mas, se outros países não fizeram nada, a
temperatura global vai subir e a floresta estará ameaçada”, afirmou.
“O grande potencial que temos, por termos uma matriz energética limpa,
de produzir o hidrogênio verde, desenvolvimento que será fundamental
para economias e países que vivem o problema da insegurança
energética, principalmente no contexto da guerra da Rússia com a
Ucrânia”, disse.
Democracia para o desenvolvimento
O painel foi aberto com questionamentos sobre a situação política do
país, após os atos golpistas do último dia 8. Marina disse que tentativas
de golpe criam instabilidade no país, o que é ruim para o
desenvolvimento e investimento. Afirmou que o governo trabalha para
responsabilizar golpistas e, com isso, coibir que novos atos como esse
ocorram.
Marina reforçou que o governo vai trabalhar fortemente para estabilizar a
democracia e enfrentar os problemas decorrentes da desigualdade
social, “porque temos 33 milhões de brasileiros que passam fome”, e
para a promoção de um novo ciclo de prosperidade, baseado no
desenvolvimento sustentável.

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