ONU aponta que 50 milhões de pessoas são vítimas da escravidão moderna

Em todo o mundo, 28 milhões realizaram trabalhos forçados e 22 milhões
estavam em casamentos forçados, em 2021. Crianças, mulheres e

migrantes são mais vulneráveis.

Relatório da ONU divulgado nesta segunda-feira (12) aponta que, em
referência ao ano de 2021, 28 milhões de pessoas no mundo estavam
em trabalhos forçados e 22 milhões estavam em casamentos forçados,
ambos considerados escravidão moderna. O relatório foi realizado pelos
órgãos da ONU, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e
Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a
ONG Walk Free.

A  publicação  aponta que os números divulgados aumentaram nos
últimos cinco anos com o acréscimo de 10 milhões de pessoas em
comparação com 2016. A Estimativa Global da Escravidão Moderna
( Global Estimates of Modern Slavery ) ainda mostra que 52% de todo o
trabalho forçado e um quarto dos casamentos forçados acontecem em
países com rendas média alta ou alta.
Leia mais:  Ministério Público resgatou 1,6 mil pessoas em situação de
escravidão em 2021
Os trabalhadores forçados estão, na maioria dos países, no setor
privado (86%), sendo que 3,3 milhões são crianças e mais da metade
são vítimas de exploração sexual. A exploração sexual comercial forçada
representa 23% de todo o trabalho forçado.
Desde 2016, aponta-se que houve um aumento de 6,6 milhões de
pessoas em casamento forçados. Das 22 milhões de pessoas nessa
situação, a maioria são crianças com menos de 16 anos. É apontado que
todos os casamentos infantis são forçados, pois não há consentimento
legal.
Migrantes
De acordo com a ONU, a migração laboral pode ter um grande efeito
positivo para as famílias e sociedade, no entanto os migrantes são um
grupo vulnerável à escravidão moderna. Isso pode acontecer por
migrações irregulares e recrutamentos feito de forma mal-intencionada.
“É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja
melhorando. Nada pode justificar a persistência dessa violação
fundamental dos direitos humanos”, disse o diretor-geral da OIT, Guy
Ryder. “Sabemos o que precisa ser feito e sabemos que pode ser feito.
Políticas e regulamentações nacionais eficazes são fundamentais. Mas
os governos não podem fazer isso sozinhos. As normas internacionais
fornecem uma base sólida e é necessária uma abordagem que inclua
todas as partes. Sindicatos, organizações de empregadores, sociedade
civil e pessoas comuns têm um papel vital a desempenhar.”
Recomendações
O relatório propõe recomendações para acabar com a escravidão
moderna:
 melhorar e fazer cumprir as leis e as inspeções do trabalho;
 colocar fim ao trabalho forçado imposto pelo Estado;

 fortalecer medidas de combate ao trabalho forçado e ao tráfico de
pessoas em empresas e cadeias de suprimentos;
 ampliar a proteção social e fortalecer as proteções legais, incluindo
o aumento da idade legal do casamento para 18 anos sem
exceção;
 abordar o aumento do risco de tráfico de pessoas e de trabalho
forçado para trabalhadores (as) migrantes;
 promover o recrutamento justo e ético e aumentar o apoio a
mulheres, meninas e pessoas vulneráveis.

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