OIT estima que 50 milhões de pessoas são vítimas do trabalho escravo no mundo

Levantamento da OIT divulgado nesta segunda (12), com dados de todos os
continentes, mostra uma explosão do trabalho análogo à escravidão nos últimos

cinco anos, principalmente entre 2020 e 2021

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta
segunda-feira (12), estima que ao menos 50 milhões de pessoas são vítimas de
condições de trabalho análogas à escravidão no mundo. O problema afeta todos
os continentes, segundo a entidade, e explodiu nos últimos cinco anos,
principalmente com a pandemia de covid-19 entre 2020 e 2021. As informações
são do correspondente internacional Jamil Chade, colunista do portal UOL.
A partir de 2016, mais 10 milhões de pessoas passaram a ser vítimas do trabalho
escravo. A avaliação da OIT é de que a crise sanitária aprofundou a exploração.
Até o ano passado, 28 milhões de pessoas estavam em situação de trabalho
forçado. A entidade também estima que 3,3 milhões de crianças também sejam
exploradas, inclusive sexualmente. Elas são uma em cada oito pessoas vítimas de
trabalho forçado.
Situação não melhora
O levantamento da OIT indica que a “escravidão moderna” ocorre em quase todos
os países do mundo, inclusive nos de renda média-alta. E tem entre as mais
vulneráveis mulheres e crianças. O setor privado é apontado como o grande
responsável pelos crimes, mas 14% dos casos também são relacionados a setores
do estado. Além disso, a construção civil e a agricultura são responsáveis por
grande parte dos casos de trabalho análogo à escravidão.
Em todos os continentes, a entidade também identificou que os imigrantes estão
entre as populações mais afetadas pela realidade do trabalho forçado. Eles têm
três vezes mais chance de serem vítimas do que outros segmentos. Diante dos
dados, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou ser “chocante ver que a
situação da escravidão moderna não esteja melhorando”. “Nada justifica isso”,
destacou.
Vítimas de casamentos forçados
A reportagem também revela que um dos fenômenos que mais preocupa a OIT é
o aumento dos casamentos forçados. No ano passado, 22 milhões de pessoas
estavam nessa situação. O total indica um aumento de 6,6 milhões de vítimas de
casamentos forçados, entre 2016 e 2021.
O número, no entanto, segundo a própria entidade, é subestimado. A avaliação é
que o problema seja ainda maior. A Ásia responde por 65% dos casos. A situação
também é alarmante nos países árabes, onde quase cinco pessoas de cada mil
são vítimas de casamentos forçados, e nas Américas. Ao todo, 5 milhões de
pessoas são vítimas no continente, das quais 3,3 milhões em trabalhos forçados e
o restante em casa.

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