Recorde de trabalhadores sem registro em carteira ‘contamina’ queda do desemprego

País tem agora 9,7 milhões de desempregados. Renda estaciona em relação a

2021

A taxa de desemprego no país recuou para 8,9% no trimestre encerrado em
agosto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua,
do IBGE. O percentual é equivalente a igual período de 2015, depois de atingir os
maiores níveis da série nos últimos anos. Assim, o número de desempregados foi
estimado em 9,694 milhões, menos 4,180 milhões (-30,1%) do que há um ano.
Porém, o resultado é contaminado por uma base de comparação fraca e a alta
informalidade.
Por exemplo, o total de empregados sem carteira assinada no setor privado
chegou a 13,160 milhões, o maior número da série histórica, iniciada em 2012.
Cresceu 16% em um ano – acréscimo de 1,8 milhão. No mesmo período, o
emprego com carteira subiu 9,4%, atingindo agora 35,975 milhões de pessoas.
Conta própria e serviço doméstico
Os trabalhadores por conta própria agora somam 25,869 milhões. Estabilidade no
trimestre e crescimento de 2,4% em 12 meses. Já os trabalhadores domésticos,
um setor ainda marcado pela informalidade (75% sem carteira), somam 5,851
milhões, 10,5% a mais em relação a igual período de 2021.
Com isso, a população ocupada chega a 99,013 milhões, também recorde da
série. Cresce 1,5% no trimestre e 7,9% no ano. Ao mesmo tempo, a taxa de
informalidade segue elevada: 39,7% (40,6% há um ano). São 39,3 milhões de
pessoas nessa situação, de acordo com a Pnad Contínua.
Alguns setores de atividade se destacaram em relação ao emprego. Comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas, por exemplo, cresceu 10,4%
em um ano. E os serviços de alojamento e alimentação tiveram alta de 14,2%. O
único segmento com queda foi o da agropecuária (-2,1%, que o IBGE considera
como estabilidade).
Desalentados e renda
Além disso, a taxa de subutilização é agora de 20,5%, caindo 6,6 pontos
percentuais em 12 meses. Os subutilizados, pessoas que gostariam de trabalhar,
agora são 23,934 milhões. E o desalentados chegam a 4,268 milhões, queda de
18,5% na comparação anual. Eles representam 3,8% da força de trabalho.
Estimado em R$ 2.713, o rendimento médio cresceu 3,1% no trimestre. E ficou
praticamente estável (-0,6%) em 12 meses.

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