Reunião ministerial mostra avanços concretos em 1º ano de governo Lula

Em encontro com ministros, presidente falou das conquistas obtidas mesmo com a destruição causada por Bolsonaro, e reafirmou compromisso com melhora da vida do povo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou, nesta segunda-feira (18),
a primeira reunião ministerial de 2024, na qual foi feito um balanço do
primeiro ano do governo. Em pauta, as principais ações que impactaram
a vida da população após a destruição causada por Jair Bolsonaro e a
necessidade de avançar nas conquistas sociais. Lula também abordou
as investigações da Polícia Federal e os depoimentos de ex-
comandantes das Forças Armadas que deixaram ainda mais claro o
plano golpista arquitetado pelo ex-presidente.
Diante de pesquisas recentes que apontaram queda na popularidade do
governo, Lula lembrou a situação de terra arrasada encontrada desde a
transição. “Quase todos os ministérios estavam defasados do ponto de
vista de profissionais, alguns praticamente destruídos, alguns com
menos da metade dos funcionários que precisavam e a maioria sem
políticas públicas que tivessem interesse na inclusão social”, disse Lula.
Ele acrescentou que todos ali tinham “ciência dos escombros que
receberam quando tomamos posse”.
Como reflexo dessa situação, apontou o presidente, “o primeiro ano foi
de recuperação e não foi fácil. Todo mundo aqui sabe que recuperar uma
coisa estragada é mais difícil do que começar algo novo”. Entre os
diversos problemas encontrados, citou as mais de 14 mil obras paradas
em áreas fundamentais como saúde e educação e salientou conquistas
como a recuperação dos programas Bolsa Família, Farmácia Popular e
Mais Médicos e a criação de outros como o Alfabetização na Idade Certa
e o Pé de Meia, bem como o aumento do poder aquisitivo possível a
partir da retomada da valorização do salário mínimo.
Mas, pontuou, “todo mundo sabe, também, que ainda falta muito para a
gente fazer. E ‘muito’ não é nada estranho, é tudo aquilo que nós nos
comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral”.

Em seu pronunciamento de abertura da reunião, Lula salientou, ainda,
que a gestão anterior “nunca se preocupou em governar este país.
Nunca se preocupou com a economia, com políticas de inclusão social;
ele só se preocupava em estimular o ódio entre as pessoas, a mentira e
continua fazendo do mesmo jeito”.
O presidente completou dizendo que “hoje temos mais clareza do
significado do 8 de Janeiro porque a gente já sabe o que aconteceu no
mês de dezembro. Hoje a gente tem clareza, pelo depoimento de gente
que fazia parte do governo dele ou que estava no comando das Forças
Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente para fazer um
golpe”.
Conforme apontou o presidente, a ruptura institucional não aconteceu
“não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças
Armadas não aceitaram a ideia do então presidente, mas também porque

o presidente era um covardão, não teve coragem de executar aquilo que
planejou, ficou dentro de casa aqui chorando por quase um mês e
preferiu fugir para os EUA do que fazer o que ele tinha prometido, na
expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer porque eles
financiaram as pessoas nas portas dos quartéis para tentar estimular a
sequência do golpe”.
Como o plano não deu certo, argumentou Lula, “eles estão agora
dizendo que nós estamos ferindo a democracia, que eles eram
inocentes, que eles apenas fizeram discussões, mas que não houve
nada de concreto. Mas nós sabemos que houve uma tentativa de golpe
neste país. Quem tinha dúvida agora pode ter certeza de que, por pouco,
a gente não voltou aos tempos tenebrosos deste país”.
Para Lula, em 2022 o povo “foi mais sábio, mais corajoso e nós estamos
estamos aqui com a incumbência de não só resolver o problema da
economia, da saúde, do transporte, da agricultura…temos que resolver
uma coisa muito mais séria que é a consolidação do processo
democrático deste país”.
O presidente afirmou que é preciso fazer um “esforço imenso para
garantir que a Constituição seja respeitada, que as instituições que
garantem a democracia continuem funcionando, para garantir que a
relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário seja cada vez
mais harmônica, com cada um cumprindo sua tarefa, mas que a gente
saiba que a única possibilidade de reconstruir este país e fazer com que
as famílias brasileiras possam viver num padrão de vida digno e decente
é a gente consolidar o processo democrático e fazer as pessoas
compreenderem o quanto a democracia é importante para a vida de cada
um de nós”.
Lula também criticou o uso da religião pela extrema direita bolsonarista
como “um instrumento político de um partido ou de um governo” e
defendeu que a fé deve ser exercitada “na mais plena liberdade das
pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a
religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste
país”.
Por fim, destacou: “tenho certeza de que quando chegarmos ao final do
nosso mandato, este país será mais democrático, o povo estará vivendo
melhor, comendo melhor, estudando melhor, vivendo muito mais
dignamente”.

Após a fala do presidente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
apresentou os dados que mostram os avanços conquistados pelo
governo em 2023, apesar das dificuldades enfrentadas.
Conforme apontado, o Brasil atingiu, no ano passado, a menor taxa de
desemprego desde 2015. Naquele ano, o índice foi de 7,5%; em 2023, foi
de 7,8%. O salário mínimo teve evolução de 102,1 ponto em relação aos
anos anteriores. “O crescimento da massa salarial é o maior desde o
Plano Real, em 1995”, comentou Rui Costa.
A inflação teve queda de 20% e se manteve dentro da meta, chegando a
4,62% no ano passado e o risco Brasil teve redução de 24%, com 195
pontos.
O ministro também destacou o crescimento de 12% do valor médio do
Bolsa Família, que passou para R$ 680. Ele lembrou que o acréscimo
verificado em 2022 teve a ação direcionada às eleições, contemplando
inclusive pessoas que não tinham direito, reflexo do uso da máquina
pública por Bolsonaro para buscar sua recondução à presidência.

No caso da saúde, vale destacar o crescimento de 85% no número de
profissionais no Mais Médicos, que chegou a mais de 25,4 mil, e a
ampliação da gratuidade da Farmácia Popular, o que levou ao aumento
de 13% no número de pessoas atendidas, que somam 9,3 milhões,
assim como o aumento de 20% do repasse aos estados e municípios
pelo Fundo Nacional de Saúde – Atenção Especializada.
No campo educacional, houve reajuste de 48% no valor da merenda
escolar. Além disso, o total de recursos repassados para as escolas de
tempo integral foi o maior do que a soma do período entre 2017 e 2022,
chegando a R$ 1,916 milhão; já o Compromisso com a Alfabetização
teve aumento de 32%. E as bolsas de pós-graduação tiveram um
crescimento de 41%, com R$ 5,21 bilhões.
A cultura teve um salto de 255% no número de propostas autorizadas a
captar recursos via Lei Rouanet. Quanto à segurança pública, os
repasses aos estados subiu 19%, passando a R$ 1,176 milhão.
O desmatamento da Amazônia acumulou queda de 22% e o Plano Safra
cresceu 11%, para R$ 344 bilhões. No caso do mesmo plano voltado
para a agricultura familiar, o crescimento foi de 10%, com R$ 54,6
bilhões. E o Luz Para Todos teve um aumento de recursos de 26%.
Na área de Ciência e Tecnologia, o salto foi de 79%, com R$ 10 bilhões
de investimentos e os projetos financiados pelo fundo de C&T chegaram
a 670, mais do que a soma do que foi feito entre 2019 e 2022.
A retomada dos investimentos em infraestrutura teve um aumento de
14% no setor privado e 44% no público e a expansão na geração de
energia eólica e solar também registrou salto de 64%.

Foto: Ricardo Stuckert
Fonte: Vermelho

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