Ao contrário do que diz o governo, capitalização não é “poupança garantida”

Aspecto mais polêmico da PEC da Previdência responde aos interesses do

mercado financeiro

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) prometeu que irá encaminhar nas próximas
semanas à Câmara dos Deputados uma nova Proposta de Emenda à Constituição
para implementar o sistema de capitalização na Previdência.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou neste sábado (10), que a
equipe econômica de Paulo Guedes já está preparando uma nova proposta mais
detalhada sobre o tema da que estava contida no texto original da reforma da
Previdência e que foi retirada pelos deputados. A reforma está prevista para
chegar ao Senado essa semana e será discutida pela Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Casa.
“Ali está o grande futuro do Brasil. Não apenas na questão previdenciária, mas
preponderantemente como instrumento e alavanca de ampliar a poupança interna
e trazer, assim, a libertação do Brasil do capital externo" disse Onyx, antes de
participar do evento Marcha para Jesus, que teve a presença do presidente Jair
Bolsonaro.
A proposta de capitalização é justificada pelo governo como uma alternativa ao
sistema atual de repartição e propõe que cada trabalhador seria responsável pela
sua própria poupança. No regime atual o financiamento da Previdência depende
não só do trabalhador, mas do empregador e do Estado, que também direcionam
recursos ao INSS.
Com a proposta de capitalização, o valor do benefício a receber dependerá da
capacidade do trabalhador de poupar e do retorno do investimento. Especialistas
ouvidos pelo Brasil de Fato rebatem o argumento e refutam a ideia de segurança
na concessão do benefício.
O economista e ex-professor da Universidade de Brasília (UnB) Bruno Moretti
ressalta que o modelo não garante a aposentadoria porque se baseia em uma
conta particular na qual o trabalhador passará a investir sozinho, sem aportes de
outros atores, como ocorre no sistema previdenciário brasileiro hoje.

Fonte: Brasil de Fato

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