Centrais Sindicais repudiam decisão do Conselho de Administração da Petrobras de antecipar distribuição de lucros de quase R$ 44 bilhões

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS

REPÚDIO À DECISÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PETROBRAS

DE ANTECIPAR

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS DE QUASE R$ 44 BILHÕES
O Conselho de Administração da Petrobras anunciou nesta semana a decisão de
antecipar a distribuição de lucro referente ao 3º trimestre do corrente ano no
valor de R$ 43,68 bilhões. Segundo a empresa, esse montante representa um
crescimento de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior e decorre do
aumento do preço internacional do barril de petróleo.
O total de dividendos anual chegará a quase R$ 180 bilhões, fato que torna a
Petrobras a maior empresa pagadora de dividendos do mundo, segundo o Índice
Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. Com isso, a petroleira
desbanca as 1.200 maiores empresas globais por valor de mercado. A maior
parte dos dividendos é direcionada a acionistas privados, sobretudo estrangeiros.
Entretanto, os investimentos realizados pela estatal em 2022 (até junho) somam
apenas R$ 17 bilhões, conforme relatórios financeiros da empresa. Sem
planejamento de investimento de longo prazo e desconectada da missão de
produzir tecnologia para a expansão da produção de energia renovável, a
empresa atende somente ao interesse de lucro dos acionistas nacionais e
estrangeiros.
Além dos investimentos da estatal encolherem a cada ano, há uma política para
se vender unidades da empresa, o deslocamento de encomendas de plataformas
para a Ásia, o arrendamento internacional de embarcações, todas medidas que
afetam a capacidade de investimento, de produção e difusão de inovação
tecnológica, de geração de emprego e de renda na economia nacional.
A política de preços e de lucros exorbitantes da Petrobras pressiona a inflação,
aumenta o custo de vida e a estrutura de preços de todo o sistema produtivo. As
medidas adotadas pelo atual Governo para reduzir o preço dos combustíveis e
garantir os lucros estratosféricos aos acionistas, retirou receita tributária (ICMS)
dos Estados prejudicando políticas públicas de saúde, educação, segurança etc.
Por isso, as Centrais Sindicais apoiam as denúncias e iniciativas da FUP
(Federarão Única dos Petroleiros) e da Anapetro (Associação que representa os
petroleiros acionistas minoritários da Petrobrás) junto ao Tribunal de Contas da
União (TCU), Procuradoria Geral da República (PGR) e Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) para evitar que a gestão da Petrobras e o Conselho de
Administração (CA) da empresa encaminhem essa uma nova distribuição de
megadividendos.
As denúncias se reforçam com a eleição de um novo governo que apresentará sua
estratégia de desenvolvimento para o país e para a qual a Petrobras, em especial
a sua capacidade de investimento, será essencial.
A antecipação de distribuição dos lucros exorbitantes é uma manobra contra os
interesses da nação!

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