CGU aponta que Bolsonaro fez uso da máquina pública durante campanha eleitoral

Um balanço feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou o uso da
máquina pública nas eleições presidenciais do ano passado pelo então candidato à
reeleição Jair Bolsonaro (PL). No total, foram analisados 254 processos de sigilo
da administração anterior e pedidos emitidos por meio da Lei de Acesso à
Informação (LAI).
Uma parte mostra que a liberação do empréstimo consignado para beneficiários
do Auxílio Brasil se concentrou justamente em outubro, no mês das eleições. O
uso impróprio deste benefício é, inclusive, um dos argumentos que os ministros
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) utilizam para tentar tornar Bolsonaro
inelegível.
As informações ainda dão conta de que o cartão corporativo da Presidência da
República foi utilizado para abastecimento em postos de gasolina nos mesmos
dias em que Bolsonaro participou de motociatas, onde fez campanha eleitoral.
A quebra de sigilo do governo anterior foi uma das pautas de campanha de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), que saiu vitorioso da disputa eleitoral. Agora, segundo o
próprio ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, o governo pretende expandir o uso
da Lei de Acesso à Informação. “A gente vai cumprir a LAI em nível muito mais
intenso do que no governo anterior”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
Na próxima semana, o governo Lula deve anunciar novas medidas para aprimorar
a Lei de Acesso à Informação. Uma delas é a reclassificação das informações
consideradas reservadas pelo Comissão Mista de Reavaliação de Informação, que
atua como uma das instâncias de análise dos documentos.

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