CGU: gestão Bolsonaro vendeu refinaria abaixo do preço de mercado

PF apura se subvalorização na venda tem relação com caso das joias.
Refinaria foi vendida em 2021, no mesmo mês em que o clã Bolsonaro

foi presenteado

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) indica que ao
menos uma das refinarias privatizadas no governo passado foi vendida
com preço abaixo do mercado. A divulgação do relatório reacendeu

suspeitas em torno de presentes dados pelo governo dos Emirados
Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O principal problema, apontou o relatório, foi a venda abaixo do preço de
mercado, decorrente principalmente da escolha do momento do negócio
– em plena pandemia de covid-19 – numa época em que a cotação
internacional do petróleo estava em baixa.
Rebatizado de Refinaria de Mataripe, o empreendimento foi vendido por
US$ 1,65 bilhão (R$ 8,08 bilhões pelo câmbio atual) ao fundo Mubadala
Capital, divisão de investimentos da Mubadala Investment Company,
empresa de investimentos de Abu Dhabi e que pertence à família real
dos Emirados Árabes Unidos.
Antes nominada como Refinaria Landulpho Alves (RLAM), a Refinaria de
Mataripe foi vendida em novembro de 2021, um dos meses em que ex-
presidente Bolsonaro recebeu uma das remessas de joias.
Apesar de o relatório não afirmar, de maneira categórica, que houve
perda econômica com a venda da refinaria, o documento, no entanto,
questiona o momento do negócio, argumentando que a Petrobras
poderia ter esperado a recuperação do petróleo no mercado
internacional.
A venda, ressaltou a CGU, ocorreu num cenário de “tempestade
perfeita”, com a combinação de incerteza econômica e volatilidade
trazida pela pandemia, premissas pessimistas para o crescimento da
economia no fim de 2021 e alta sensibilidade das margens de lucro, o
que resultou em maior perda de valor.
Segundo o portal Metrópoles, a Polícia Federal analisa o relatório da
CGU com elementos obtidos pelos agentes nas investigações que
correm sobre o apossamento do bem público pelo entorno bolsonarista.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, encaminhou a auditoria da CGU
à Diretoria de Inteligência Policial da corporação. Os Emirados Árabes
Unidos, país dos compradores da refinaria baiana, são citados na
apuração.
Fonte: Vermelho

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