“Ele Não”: entre as mulheres, Lula tem 51% e Bolsonaro, 26%

Diferença a favor de Lula no eleitorado feminino cresceu seis pontos

percentuais ao longo de três semanas

O eleitorado feminino pode ser o grande trunfo do ex-presidente Luiz
Inácio da Silva (PT) para derrotar o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL)
em um único turno, já no próximo domingo (2). A nova rodada da
pesquisa Ipec, divulgada nesta segunda-feira (26), mostra que Lula se
torna um candidato praticamente imbatível com a vantagem aberta sobre
Bolsonaro entre as mulheres.
O desempenho do petista no conjunto do eleitorado tem crescido de
modo lento, mas constante neste mês. Lula tinha 44% de intenções de
voto no levantamento Ipec de 5 de setembro, contra 31% de Bolsonaro.
Agora, três semanas e três pesquisas depois, Lula foi a 48%, enquanto
Bolsonaro manteve a mesma pontuação.
Não houve mudanças significativas na preferência do eleitorado
masculino. Os números dos dois presidenciáveis apenas oscilaram nas
últimas pesquisas. Lula foi de 43% a 45% e Bolsonaro, de 36% a 37% –
duas mudanças dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois
pontos percentuais.
Entre as mulheres, porém, a diferença a favor de Lula cresceu seis
pontos percentuais ao longo de três semanas. Bolsonaro continua com
os mesmos 26% registrados em 5 de setembro. Já Lula passou de 45%
para 51%, alcançando, agora, o dobro de intenções de voto de seu
principal adversário.
Ao longo da campanha, Bolsonaro tentou reduzir – em vão – a rejeição
feminina a seu governo e à sua candidatura. Até a primeira-dama,
Michelle Bolsonaro, participou de diversas agendas, além de ter
aparecido com frequência na propaganda eleitoral na TV e no rádio.
Mas a estratégia fracassou porque o próprio presidente não conseguiu
esconder seu pensamento misógino e machista. No debate da Band com
os presidenciáveis, em 28 de agosto, Bolsonaro discriminou e tentou
intimidar ao vivo a jornalista Vera Magalhães e a candidata Simonte
Tebet (MDB).
Ao transformar a celebração cívica do 7 de Setembro em um comício
eleitoral à margem da lei, ele puxou o coro de “imbrochável” para se
referir a si mesmo. Além disso, pediu a seus apoiadores que comparem
Michelle Bolsonaro à socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa de
Lula.
Mas a pior marca bolsonarista é o legado de seu governo para as
brasileiras. O presidente tem insistido que sancionou 77 projetos em
defesa das mulheres em seu mandato, como se ele tivesse ligação direta
com essas propostas. Porém, apenas um dos projetos é de autoria do

Executivo, e a maioria não tem foco necessariamente na proteção à
mulher.

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