Bolsonaro esvazia orçamento de programas alimentares; cortes chegam a 97%

Cortes entre 95% e 97% da verba colocam em risco agricultores familiares do
programa Alimenta Brasil e a capacidade de oferta de alimentos aos mais

necessitados.

Risco ao sustento de pequenos agricultores familiares e também à segurança
alimentar do país, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou quase
totalmente o orçamento para programas de assistência alimentar. Como noticia o
Uol, programas de assistência como o Alimenta Brasil (que compra a produção de
agricultores familiares para doação para famílias em risco de insegurança
alimentar e nutricional) tiveram cortes que estão entre 95% e 97% do
orçamento.
Esta é mais uma área em que um importante programa nacional é praticamente
extinto para abrir espaço para o Orçamento Secreto (emendas de relator). Agora,
para ter continuidade, o programa necessita de ação direta de parlamentares ou
depende da negociação do Orçamento para o próximo ano.
Com os cortes no orçamento para 2023, de acordo com o Ministério da Cidadania,
que controla os programas, o Alimenta Brasil passaria de um orçamento de R$
101.677.800 para R$ 2.660.644 (redução de 97%). Já o apoio à Agricultura
Urbana de R$ 500.000 para R$ 25.000 (redução de 95%). Cortes que
praticamente extinguem às atividades dos programas caso se concretizem.
Os principais atingidos com a falta de verbas são os pequenos agricultores, entre
eles muitas comunidades tradicionais como as quilombolas.
Em um país em que estudos apontam 33 milhões de pessoas famintas e 40
milhões em trabalhos informais, o corte de repasses a quase a totalidade coloca
em risco a capacidade de os produtores terem renda para sobreviverem e
continuarem produzindo, assim como amplia o quadro de descaso com a fome
que voltou a assolar o Brasil.
Cisternas para produção
Corte na verba para a construção de cisternas, tão importantes para o acesso à
água para muitas famílias, principalmente no Nordeste, também faz parte do
orçamento previsto para 2023. Sem recursos para água, as famílias podem ficar
sob risco de não ter acesso à água potável, como a produção agrícola pode ter a
irrigação prejudicada. De um recurso de R$ 61.242.000, o repasse passaria a R$
2.283.326 (corte de 96%) para a construção de cisternas para a produção de
alimentos.

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