Inflação de outubro pressiona mais famílias de renda alta

Reajuste de passagens aéreas e de planos de saúde influencia cenário
As famílias com renda maior que R$ 17.260,14, consideradas de renda alta,
foram as que enfrentaram maior inflação em outubro, segundo estudo divulgado
segunda-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele
aponta o encarecimento das passagens e dos planos de saúde entre as causas do
cenário. Para esta faixa de renda, a variação de preços foi de 1,14%, enquanto a
inflação geral da economia ficou em 0,59%.
Já as famílias de renda muito baixa (até R$ 1.726,01) e baixa (entre R$ 1.726,01
e R$ 2.589,02) tiveram os menores índices de inflação: 0,51% e 0,52%.
Mesmo assim, quando é analisada a inflação acumulada, tanto as famílias mais
ricas quanto as mais pobres estão acima da média nacional, enquanto as de
renda média estão abaixo da inflação geral.
Nos últimos 12 meses, as famílias de renda muito baixa têm 6,73% de inflação,
enquanto a inflação geral é de 6,43%. As famílias de alta renda, por sua vez,
acumulam 7,95% de aumento de preços em sua cesta de compras.
Valores diferentes
São consideradas famílias de renda média as que ganham entre R$ 2.589,02 e R$
4.315,04 (média baixa), entre R$ 4.315,04 e R$ 8.630,07 (média) ou entre R$
8.630,07 e R$ 17.260,14 (média alta). Para essas famílias, a inflação de outubro
foi de 0,57%, 0,61% e 0,64%, respectivamente, enquanto o índice acumulado
ficou em 6,17%, 6,39% e 6,38%.
O Ipea explicou que, para as quatro classes de renda mais baixa, os maiores
impactos na inflação vieram dos grupos alimentos e bebidas e saúde e cuidados
pessoais. Enquanto isso, as famílias de renda mais média alta e alta sofreram
mais com o aumento de preços nos transportes, com destaque para o reajuste
das passagens aéreas (23,4%).
O instituto também detalha que, mesmo dentro de um mesmo grupo de
despesas, há comportamentos diferentes dependendo da renda. No grupo saúde
e cuidados pessoais, a alta dos artigos de higiene (2,3%) pressionou
especialmente a inflação dos segmentos de renda mais baixa, enquanto o
reajuste dos planos de saúde (1,4%) impactou mais a inflação das classes de
renda mais alta.

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