Isenção do Imposto de Renda proposta por Lula ajudará quem mais precisa

Proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil e de tributar mais ricos
promove mais justiça social e possibilita que trabalhadores tenham mais

dinheiro no bolso

Uma das formas de recuperar a renda de parte da população,
especialmente a mais pobre e a classe média, e promover maior justiça
social é corrigir a tabela do Imposto de Renda, que ficou completamente
defasada no governo de Jair Bolsonaro (PL). Com isso, o “leão” acaba
abocanhando uma fatia maior de quem ganha menos, prejudicando
ainda mais as famílias. Atento a isso, o ex-presidente Lula (PT) propôs a
isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil, além da atualização dos
percentuais aplicados.
“Vamos ter que fazer uma política tributária progressiva, em que quem
ganha mais paga mais. Por isso que estamos propondo que até R$ 5 mil
reais não pague Imposto de Renda. No Brasil, quem ganha seis salários

mínimos é considerado rico, está entre os 10% mais ricos. Não é
possível. 68% da arrecadação do Imposto de Renda vem dessa gente
que ganha pouco. Quem tem lucro e vive de dividendos não paga.
Vamos mudar essa história. Só tem sentido minha volta para mudar essa
situação, recuperar capacidade de viver decentemente do nosso povo. É
tudo o que a gente quer”, declarou Lula em uma de suas passagens pela
cidade de Salvador (BA) no dia 12.

Atualmente, só está isento do IR quem recebe até R$ 1.903,98. Se a
tabela do IRPF não for corrigida, milhares de trabalhadores que ganham
1,5 salário mínimo (R$ 1.941) passarão a ter o imposto descontado em
folha em 2023, o que é incompatível com as necessidades desse
segmento da população.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal
do Brasil (Sindifisco Nacional), até julho a defasagem na tabela, somente
durante o governo de Jair Bolsonaro, foi de 26,5%, maior percentual
registrado na história.
Ainda de acordo com estudo feito pela entidade, “de 1996 até junho de
2022, a tabela do Imposto de Renda acumulou uma defasagem de
147,37%. Caso a tabela fosse reajustada pela inflação, a faixa de
isenção, que hoje é de R$ 1.903,98, subiria para R$ 4.670,23. Isso
beneficiaria cerca de 12 milhões de pessoas, que deixariam de pagar o
imposto, totalizando 24 milhões de isentos”.  Segundo o primeiro vice-
presidente do Sindifisco, o auditor-fiscal Tiago Barbosa de Paiva
Almeida,“quem arca com o ônus da tributação hoje no Brasil são os
cidadãos que têm a renda mais baixa”.
Um trabalhador que hoje ganha R$ 4.702,83, sem dependentes, paga
mensalmente R$ 310,73 de Imposto de Renda porque está enquadrado
na alíquota mais alta da tabela que é de 27,5%. Se isso mudar, com a
isenção dessa faixa, sobrará mais dinheiro no final do mês para o
trabalhador poder investir em outros produtos e serviços de que
necessite. Pegando este exemplo, em doze meses, o trabalhador poderia
ter uma sobra de cerca de R$ 3.700. Com um valor como este, é
possível comprar, por exemplo, um refrigerador e ainda sobra para uma
TV LCD 24″.
Para dar conta dessa isenção, Lula e sua equipe têm defendido uma
reforma tributária que permita aumentar a cobrança de impostos dos
mais ricos, sobre lucros e dividendos, além de outras medidas como o
combate à sonegação. “Queremos, também, corrigir um mecanismo que
historicamente transfere renda das camadas mais pobres para as

camadas de maior renda da sociedade: a sonegação de impostos”,
aponta o programa de Lula.
O documento diz, ainda, que “vamos fazer os muito ricos pagarem
imposto de renda, utilizando os recursos arrecadados para investir de
maneira inteligente em programas e projetos com alta capacidade de
induzir o crescimento, promover a igualdade e gerar ganhos de
produtividade”.

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