Movimento sindical elogia proposta de Lula para a neoindustrialização

Centrais sindicais avaliaram a proposta como “uma política industrial

moderna”. Para a Fitmetal, é um “marco histórico”.

O movimento sindical elogiou a Nova Indústria Brasileira (NIB), a aposta
do governo Lula para a neoindustrialização do País, anunciada na
segunda-feira (22). Seja pelo volume de recursos previstos (R$ 300
bilhões), seja pelo protagonismo do Estado como indutor do setor
produtivo, as centrais sindicais avaliaram a proposta como “uma política
industrial moderna”.
Segundo as entidades, o enfrentamento à desindustrialização foi “uma
das prioridades indicadas na Pauta da Classe Trabalhadora lançada em
2022, na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – Conclat”. Em
nota conjunta, CUT, CTB, Força Sindical, UGT Nova Central e CSB
manifestaram apoio à medida.
“A inciativa está em sintonia com as melhores práticas adotadas pelos
países que investem no desenvolvimento produtivo com inovação e
geração de empregos de qualidade”, apontam as centrais em nota
conjunta divulgada nesta quarta-feira (24). “Um país industrializado é um
país com soberania, com desenvolvimento e com mais e melhores
oportunidades para os trabalhadores e trabalhadoras.”
Também nesta quarta, a Fitmetal (Federação Interestadual de
Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) respaldou a Nova Indústria
Brasileira, que foi chamada de “marco histórico”. A entidade, filiada à
CTB, destacou a preocupação do governo com a “valorização do
trabalho”
“Entre os princípios da Nova Indústria Brasil, está a ‘promoção do
trabalho decente’, a ‘melhoria da renda’, a ‘inclusão socioeconômica’ e a
‘equidade, em particular de gênero, cor e etnia’. Dessa maneira, após
anos de reformas ultraliberais enganosas – que retiraram direitos e não
geraram empregos –, a NIB acerta ao incluir os trabalhadores como um
de seus eixos”, afirmou, em nota, Assis Melo, presidente da Fitmetal.

Confira abaixo a íntegra das notas.

*

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS

A nova política industrial é essencial para o Brasil e está em
sintonia com as melhores práticas internacionais.

O lançamento da política Nova Indústria Brasil (NIB) pelo Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o Vice Presidente e Ministro do Desenvolvimento,
Industria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin marca um momento
decisivo no esforço de reverter a marcha da desindustrialização do país e

aponta na direção de uma indústria mais inovadora, digital, verde,
exportadora e produtiva. A inciativa está em sintonia com as melhores
práticas adotadas pelos países que investem no desenvolvimento
produtivo com inovação e geração de empregos de qualidade.
Trata-se de uma política industrial moderna, orientada por missões de
amplo alcance que buscam atender as expectativas de integração
produtiva em todos os setores e tamanho de empresa, gerar empregos e
o bem-estar das pessoas, mobilizando atores e recursos públicos e
privados, indicando aporte de R$ 300 bilhões de investimento para os
próximos quatro anos.
O papel indutor, articulador e coordenador dessa política pelo Estado, o
financiamento pelos bacos públicos, em especial pelo BNDES, é
essencial para alavancar o investimento produtivo e engajar o
investimento privado na nova revolução industrial e tecnológica em
curso.
As Centrais Sindicais consideram a Nova Indústria Brasil (NIB), uma das
prioridades indicadas na Pauta da Classe Trabalhadora lançada em
2022, na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT,
uma chave essencial e estratégica para o desenvolvimento sustentável
do Brasil dos pontos de vista social, econômico e ambiental. A
reindustrialização do país é fundamental para o crescimento econômico,
a geração de emprego e o enfrentamento das desigualdades. Um país
industrializado é um país com soberania, com desenvolvimento e com
mais e melhores oportunidades para os trabalhadores e trabalhadoras.
São Paulo, 24 de janeiro de 2024.
 Sérgio Nobre
Presidente da Central Única dos Trabalhadores
 Miguel Torres
Presidente da Força Sindical
 Ricardo Patah
Presidente da União Geral dos Trabalhadores
 Adilson Araújo
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil
 Moacyr Roberto Tesch Auersvald
Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores
 Antônio Fernandes dos Santos Neto

Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros

*

NOTA DA FITMETAL

Política industrial de Lula é audaciosa e inclui os trabalhadores
O anúncio da Nova Indústria Brasileira (NIB), realizado pelo governo Lula
na segunda-feira (22), em Brasília, é um marco histórico. Fazia pelo
menos 50 anos que o País não lançava uma política industrial dessa
envergadura, levando em conta tanto as demandas do setor produtivo
quanto as premissas do desenvolvimento soberano e sustentável.
O programa foi debatido com representantes dos empresários e dos
trabalhadores, no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Industrial (CNDI). Base do que o governo vem chamando de
“neoindustrialização”, a NIB prevê R$ 300 bilhões de investimentos até
2026, em projetos que aliem sustentabilidade e inovação. Além de
estimular a transição energética, a aposta é na modernização do parque
industrial brasileiro.
Ao lado do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a
Nova Indústria Brasileira se revela audaciosa ao enfrentar o prolongado
fenômeno da desindustrialização. Nas últimas décadas, o Brasil regrediu
nos rankings de competitividade tecnológica e produtiva. Exportações de
baixa complexidade, com pouco valor agregado, viraram a tônica da
nossa economia. Assim, a “neoindustrialização” pode recolocar o País
em postos de destaque no comércio internacional.
A tudo isso é preciso incorporar a preocupação com a valorização do
trabalho. Entre os princípios da Nova Indústria Brasil, está a “promoção
do trabalho decente”, a “melhoria da renda”, a “inclusão socioeconômica”
e a “equidade, em particular de gênero, cor e etnia”
Dessa maneira, após anos de reformas ultraliberais enganosas – que
retiraram direitos e não geraram empregos –, a NIB acerta ao incluir os
trabalhadores como um de seus eixos. Como sabemos, a indústria é a
referência do que a Organização Internacional do Trabalho (OIT)
qualifica como “trabalho decente” – ou seja, o “trabalho adequadamente
remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança,
capaz de garantir uma vida digna”.
A nova política industrial destaca a importância de gerar empregos de
qualidade, especialmente com o fornecimento de máquinas,
equipamentos e outros insumos para as obras públicas de infraestrutura.
Esses postos de trabalho são fundamentais para a estratégia de elevar a

renda média dos trabalhadores e, acima de tudo, para viabilizar uma
reconstrução do Brasil com inclusão e combate às desigualdades.
Uma das ações listadas na NIB é o “Qualifica PAC”, que se propõe a
“identificar necessidades de qualificação profissional para atender às
cadeias produtivas e aos setores econômicos” do Novo PAC”. Outra
proposta nessa direção é a do Fundo para o Desenvolvimento
Tecnológico das Telecomunicações, que se volta a “incentivar a
capacitação de recursos humanos”. Já com a Política Nacional de
Valorização dos Profissionais de Nível Médio Técnico, o governo
pretende ampliar a “oferta de vagas para a educação profissional e
tecnológica”.
O governo Lula também publicou no Diário Oficial da União desta terça-
feira (23) um decreto que retoma a política de conteúdo local nas obras
do Novo PAC. É necessário fortalecer nossa cadeira produtiva e
dinamizar a economia. Lula, eleito com o apoio do conjunto do
movimento sindical, cumpre, assim, uma das promessas de sua
campanha. Estamos no caminho certo!
Assis Melo

Presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e

Metalúrgicas do Brasil)

Fonte – Vermelho

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