Na Celac, Lula defende “construção de uma ordem mundial pacífica”

“É com alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região – e
está pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês”, declarou Lula. Além do

Brasil, a Celac reúne mais 32 países do continente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (24) que o
País está “de volta” à luta pela integração da América Latina e Caribe. Ao
participar da abertura da 7ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-
Americanos e Caribenhos), na Argentina, Lula também defendeu a “construção de
uma ordem mundial pacífica”.
“É com alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região – e
está pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito
forte de solidariedade e proximidade”, declarou o presidente. Além do Brasil, a
Celac reúne mais 32 países do continente.
Em seu discurso, Lula criticou o boicote do governo Jair Bolsonaro (PL) à região.
“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização, nos
empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional
e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo
diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando
meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”,
condenou o presidente.
Segundo Lula, o mundo convive hoje com “múltiplas crises”, tais como
“pandemia, mudança do clima, desastres naturais, tensões geopolíticas, pressões
sobre a segurança alimentar e energética”, além de “ameaças à democracia”.
Todos esses problemas agravam os quadros de “desigualdades, pobreza e fome”,
demonstrando, em contrapartida, “o valor da integração”.
Lula afirma que a superação desse cenário passa por uma ordem mundial
“baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da
multipolaridade”. A consolidação da integração latino-americana é o ponto de
partida para esse avanço. “Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura
física e digital, da criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais
investimentos em pesquisa e inovação em nossa região. Nossa estratégia de
desenvolvimento deve caminhar passo a passo com a redução da desigualdade
em suas diversas dimensões”, disse Lula.
Conforme o brasileiro, os países do continente são marcados por pontos comuns,
como “nosso passado colonial, a presença intolerável da escravidão” e “as
tentações autoritárias que até hoje desafiam nossa democracia”. Ao mesmo
tempo, agregou Lula, sobressai “a imensa riqueza cultural dos nossos povos
indígenas e da diáspora africana, as diversidades de raças, origens e credos, a
história compartilhada de resistência e de luta por autonomia”.
O presidente brasileiro lembrou a necessidade de fortalecer todos as iniciativas
que contribuam para a integração. “O Brasil volta a olhar para seu futuro com a
certeza de que estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no
Mercosul, na Unasul e na Celac”, declarou Lula. “É com esse sentimento de
destino comum e de pertencimento que o Brasil regressa à Celac, com a sensação
de quem se reencontra consigo mesmo.”

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