Oposição protocola ação no STF contra ‘desvario criminoso’ de Bolsonaro ante embaixadores.

O que se viu no delirante e constrangedor discurso foi a prática de crimes de lesa-pátria ou de traição contra seu povo”, dizem deputados


Passadas mais de 15 horas de Jair Bolsonaro (PL) se dirigir à comunidade internacional para denunciar o próprio país com informações falsas e mentiras sobre a democracia e as eleições, perante dezenas de embaixadores, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não proferiu nenhuma palavra sobre o constrangedor episódio. A oposição, por sua vez, protocolou nesta terça-feira (19) uma representação/notícia-crime contra o que chamou de “desvario criminoso” do chefe de governo.


“O que se viu no delirante e constrangedor discurso dirigido aos convidados presentes à fatídica reunião convocada pelo representado, também transmitido ao vivo na rede de televisão pública TV Brasil, da EBC S/A, foi claramente a prática de um dos chamados crimes de lesa-pátria ou de traição contra seu povo”, dizem os oposicionistas na petição.


Eles lembram que o crime mencionado é agora previsto expressamente no Código Penal, introduzido pela recém-promulgada Lei 14.197/2022, que revogou a antiga Lei de Segurança Nacional. Bolsonaro cometeu também crime de responsabilidade e crime eleitoral, “diante de perplexos representantes de nações estrangeiras que compareceram ao insólito evento”.


Mentiras e fake news

“Para tentar justificar seu desvario criminoso, o representado mencionou inquérito policial ainda não concluído, cujo teor é sigiloso e foi por ele vazado nas redes sociais em agosto de 2021, em que teria havido a invasão do sistema eleitoral operado pelo TSE por um hacker”, afirma ainda a petição, lembrando uma das inúmeras mentiras do presidente, repetidas diuturnamente, sobre o sistema eleitoral.


Sobre o silêncio de Arthur Lira, o líder da Minoria na Câmara, Alencar Santana (PT-SP), que assina a ação contra o chefe de governo, diz que “causa surpresa a não declaração do presidente da Câmara”. Segundo ele, o silêncio de Lira “demonstra conivência” com a atitude de Bolsonaro perante os embaixadores.


Na ação junto ao Supremo, os deputados argumentam que Bolsonaro se valeu da estrutura pública, “e de todo o suporte dos órgãos públicos do Poder Executivo, para promover, a embaixadores de diversas nações estrangeiras, o “despropositado e absolutamente infundado ataque ao sistema eletrônico de votação adotado no País desde o ano de 1996, sem nenhum indício, mínimo que seja, de mácula no resultado das eleições”.


Na ação, a oposição pede investigação sobre a prática de crime contra o Estado democrático de direito e contra as instituições democráticas; apuração sobre o crime de incitação das Forças Armadas contra o Tribunal Superior Eleitoral; envio da representação ao TSE e ao Ministério Público Eleitoral, para a apuração da prática de crime eleitoral; e abertura de inquérito parar apuração de improbidade administrativa e ressarcimento ao erário.

Fonte: Rede Brasil Atual

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