Para 53%, não há perseguição a Bolsonaro; 50% dizem que prisão é justa

Pesquisa Genial/Quaest mostra, ainda, que 47% não sabiam do ato e para 48%, o evento não influenciará nas investigações. Para 51%, decisão sobre a inelegibilidade foi acertada.

Apesar de Jair Bolsonaro se vitimizar frente às investigações de golpe de
Estado e tentar mobilizar “amplas massas” em sua defesa com o ato de
domingo (25), 53% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente não
está sofrendo perseguição política. A maioria daqueles que acreditam
nessa tese está na bolha bolsonarista: dentre os evangélicos, eles são
53% e no universo dos que votaram em Bolsonaro, representam 72%.
Para 50%, é justo que Bolsonaro seja preso. Os dados fazem parte de
pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (28).
De acordo com o levantamento, 53% sabiam da manifestação contra
47% que desconheciam. E apenas 39% acham que Bolsonaro está
sofrendo perseguição — 7% não souberam responder.
Para 47%, o ex-presidente participou de um plano de golpe, enquanto
40% acreditam que não e 13% não sabem. De acordo com Felipe Nunes,
diretor da Quaest, “esta é mais uma derrota para a narrativa do ex-
presidente e seus aliados”.

No recorte religioso, os evangélicos são os que mais “passam pano” para
o golpismo do ex-presidente: 55% dizem que ele não participou deste
tipo de plano. Entre os católicos, essa percepção cai para 33%, com 54%
acreditando na participação de Bolsonaro.

A análise regional aponta que dentre os que acreditam que Bolsonaro
está envolvido na trama golpista, 60% são do Nordeste; em
contrapartida, está no Sul o maior percentual, 53%, daqueles que
rechaçam essa possibilidade. A grande maioria dos que não acreditam
no envolvimento do presidente neste tipo de crime, 83%, é formada por
eleitores de Bolsonaro, contra 12% dos de Lula e 32% dos que se
abstiveram ou votaram branco e nulo.
Vale destacar ainda que segundo a pesquisa, 50% acham que seria justo
Bolsonaro ser preso — 55% dos católicos têm essa opinião, contra 36%
dos evangélicos e 62% de outras religiões. No que tange à renda
domiciliar, os que acham justo estão majoritariamente entre os que
recebem até dois salários mínimos, 54%.

Já para 39% dos entrevistados, a prisão seria injusta — 56% dos
evangélicos fecham com essa afirmação, assim como 45% dos que têm
renda superior a cinco salários mínimos.
Para a maioria dos participantes da pesquisa, 68% acharam o ato
grande, 20% médio e 6%, pequena. Metade dos entrevistados acha que
Bolsonaro saiu mais forte do ato — dos quais 80% são seus eleitores —
contra 26% que julgam o contrário e 14% que dizem ter saído igual.

Segundo Nunes, “a maior parte dos eleitores que classificaram Bolsonaro
como mais forte vem da sua própria base. Ou seja, o principal efeito não
foi o de mobilizar eleitores de fora, mas o de reafirmar a convicção dos
eleitores de dentro da bolha bolsonarista”.
Quanto às apurações que vêm sendo feitas sobre a tentativa de golpe,
para 48% a manifestação não influenciará no ritmo das investigações da
Polícia Federal, ante 34% que dizem o contrário e 11% que acham que
pode reduzir o ritmo. “Em outras palavras, nem o eleitorado bolsonarista
acredita em efeitos jurídicos relevantes em favor do ex-presidente depois
da multidão de domingo na Paulista: só 14% dos eleitores de Bolsonaro
informados sobre o ato acreditam que ele pode se beneficiar
juridicamente”, ponderou Nunes.

Outro dado interessante trazido pela pesquisa diz respeito à opinião
sobre a inelegibilidade de Bolsonaro — decisão tomada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) em junho do ano passado devido à reunião que
o então presidente realizou com embaixadores, meses antes do pleito de
2022, com o intuito de descredibilizar as urnas e o processo eleitoral.
Para 51%, a decisão foi acertada. Entre os eleitores de Bolsonaro, 84%
consideram a decisão errada e apenas 11% dizer ter sido correta.

Para a pesquisa, foram realizadas duas mil entrevistas presenciais entre
os dias 25 e 27 de fevereiro, com margem de erro de 2,2 pontos
percentuais.

Fonte: Vermelho

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