Salário mínimo: centrais propõem valor maior, mas concordam com política de valorização

Entidades ressaltam que política pública é medida importante para o crescimento

econômico

As centrais CUT e Força Sindical defenderam valores maiores que o anunciado
pelo governo para o salário mínimo. Mas celebram a retomada da política de
valorização. O piso nacional, que havia passado a R$ 1.302 em janeiro, irá a R$
1.320 a partir de maio.
Em nota, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirma que o governo Lula faz
“tentativa de reparação do desmonte orquestrado pelos governos Temer e
Bolsonaro” ao anunciar o aumento. “O salário mínimo valorizado é o maior
instrumento para se diminuir a desigualdade social, apontar para o crescimento
do país e remunerar corretamente a força de trabalho.”
Crescimento econômico
Ao mesmo tempo, a central afirma que o valor “não é o esperado nem suficiente”.
Desse modo, argumenta, citando o Dieese, que sem interrupção da política de
valorização o valor do salário mínimo atualmente estaria em R$ 1.382,71.
“A retomada do crescimento econômico só se dará com uma política consistente
de valorização salarial. É a força dos trabalhadores que movimenta a economia
brasileira. Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos
está lesando”, diz a nota. “É importante deixar claro que a CUT não foi consultada
nem ouvida a respeito do novo valor do salário mínimo.”
Sensibilidade social
Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirma que central apoia a
“aprovação urgente” da política de valorização e propõe R$ 1.343 como valor
para o mínimo deste ano, considerando uma soma da inflação de 2022 com a
estimativa do PIB de 2021. E acrescenta que se trata de proposta aprovada pelas
centrais.
“Valorizar o piso nacional é uma ótima oportunidade de o governo federal
demonstrar sensibilidade social e contribuir para distribuir renda e diminuir as
desigualdades no país. Assim como a tabela do Imposto de Renda, com
defasagem que chega a 148%, deve ter uma correção justa e progressiva”, diz
Miguel, também em nota.
A política de valorização vigorou de 2007 a 2019, após negociação do primeiro
governo Lula com as centrais. A Força destaca sua importância como política
pública – de Estado. “A elevação do piso nacional contribuiu para reduzir as
perdas econômicas de categorias de trabalhadores e de aposentados. A política
estabeleceu, ao mesmo tempo, uma regra permanente e previsível, promovendo
uma recuperação gradativa.”

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *