Ao ser diplomado, Lula diz que povo brasileiro reconquistou a democracia

O documento é indispensável para a posse, uma vez que é a
confirmação de que os eleitos cumpriram todas as exigências previstas

na legislação eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diplomou nesta segunda-feira (12)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) como presidente

da República e vice-presidente eleitos para o mandato de 2023-2026. O
documento é indispensável para a posse, uma vez que é a confirmação
de que os eleitos cumpriram todas as exigências previstas na legislação
eleitoral e estão aptos para exercerem os cargos.
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, presidiu a cerimônia que
ocorre desde 1951, quando Getúlio Vargas retornou à presidência da
República por meio do voto popular. A solenidade foi suspensa durante o
regime militar (1964 a 1985) e só foi retomada após a redemocratização
do país, em 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello.
Lula e Alckmin foram eleitos pela Federação Brasil da Esperança (PT,
PCdoB e PV) com o apoio do PSB, PSOL, Rede, Solidariedade, Pros,
Avante e Agir.

“Boa tarde presidente Lula!”, gritaram os presentes no plenário
lembrando as palavras de ordem ditas a ele durante a prisão. Muito
emocionado, Lula chorou no início do discurso e dedicou o diploma a
uma “parcela significativa do povo brasileiro que reconquistou o direto de
viver numa democracia no país”.
“Quero pedir desculpas para vocês pela emoção. Por que quem passa o
que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que
Deus existe e de que o povo brasileiro é maior do que qualquer pessoa
que tentar o arbítrio neste país. Eu sei o quanto custou não apenas a
mim, o quanto custou ao povo brasileiro essa espera para que a gente
pudesse reconquistar a democracia neste país.”

(Foto: Reprodução)
Destacou que muito mais que a cerimônia de diplomação de um
presidente eleito, esta é a celebração da democracia. “Poucas vezes na
história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. E poucas
vezes a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer
tantos obstáculos”, discursou o presidente diplomado.
Também falou sobre o ambiente tóxico em que se deu a disputa com
propagação de desinformação e fake news. “Quando se esperava um
debate político democrático, a Nação foi envenenada com mentiras
produzidas no submundo das redes sociais. Semearam a mentira e o
ódio, e o país colheu uma violência política que só se viu nas páginas
mais tristes da nossa história. Mas a democracia venceu”, disse.
Além disso, Lula criticou o uso da máquina pública e da ação de
empresários contra as candidaturas. “Tentaram comprar o voto dos
eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento
público. Intimidaram os mais vulneráveis com ameaças de suspensão de
benefícios, e trabalhadores com o risco de demissão sumária, caso
contrariassem interesses de empregadores”.

O presidente diplomado também mandou um recado ao movimento
golpista: “Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas
eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo. Criaram
obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de
chegar a seus locais de votação.
“É com o compromisso de construir um verdadeiro Estado democrático,
garantir a normalidade institucional e lutar contra injustiças que recebo
pela 3ª vez o diploma de presidente eleito do Brasil,em nome da
liberdade, da dignidade e da felicidade do povo. Muito obrigado”,
finalizou.

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