Bancos ‘se rendem’ e projetam inflação de 4,65%, abaixo do teto da meta para 2023

Índice de aumento de preços no país não fica dentro do estipulado por governo

desde 2020

Economistas-chefes de bancos brasileiros estimam que a inflação no país deve
fechar o ano em 4,65%. A previsão foi registrada na última edição do Boletim
Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (23).
Esta é a segunda semana seguida que o boletim marca que economistas ligados
ao mercado financeiro esperam que a inflação estará em 4,75% ou abaixo disso
em 2023. É segunda vez, portanto, que esses mesmos economistas estimam que
o índice oficial de aumento de preços do país estará dentro da meta estipulada
para o ano desde de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse,
em janeiro.
A meta de inflação para 2023 é 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou
para baixo. Isso significa que, na prática, a inflação pode chegar até 4,75% em
2023.
Essa meta foi estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda em 2020,
durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde aquele ano,
autoridades monetárias do país não conseguem fazer com que o índice fique
dentro do estipulado, apesar do aumento recorde da taxa básica de juros, a Selic,
entre 2021 e 2022.
O CNM estipulou que, em 2021, a inflação acumulada medida pelo IPCA deveria
ficar entre 2,25% a 5,25%. O índice ficou em 10,06%, com alta puxada pelo
preço dos combustíveis.
Em 2022, o CNM estabeleceu que a inflação deveria ficar entre 2% e 5%. O índice
apurado pelo IBGE superou essa meta por 1,29 pontos percentuais.
Começo desconfiado
Economistas ligados a bancos iniciaram o ano estimando uma inflação acima dos
5% – ou seja, fora da meta. Com o passar dos meses, aumentaram essas
estimativas para cerca de 6%, apesar de o governo ratificar seu compromisso
com controle da alta dos preços.
A partir do final de maio, as previsões para a inflação começaram a melhorar. Em
junho, o BC cortou a Selic pela primeira vez em três anos e as expectativas sobre
o aumento de preços continuaram melhorando.
Em outubro, enfim, as previsões dos economistas indicam que a inflação estará
na meta.
Os economistas também estimam agora que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça
2,90% neste ano. Em janeiro, estimavam 0,5%.
Estimam ainda que a Selic caia para 11,75% até o fim de dezembro. Hoje, ela
está em 12,75%, uma das mais altas taxas básicas de juros do mundo.

Fonte: Brasil de Fato

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