Brasil diminui desmatamento; desafios globais persistem

Com redução de 36% no desmatamento no Brasil e 49% na Colômbia, a luta global enfrenta perda de 3,7 milhões de hectares de florestas tropicais.

Em meio à luta global contra o desmatamento, o Brasil e a Colômbia
emergem como exemplos de progresso significativo, mostrando que,
apesar dos desafios, é possível reverter a maré da destruição ambiental.
No entanto, enquanto esses países sul-americanos celebram avanços,
outros territórios enfrentam dificuldades, neutralizando o progresso
alcançado.

Conquistas na preservação florestal
Dados recentes da plataforma  Global Forest Watch (GFW) , que
monitora o desmatamento de florestas em tempo real por meio de
imagens de satélite, mostram que os esforços de conservação na
Amazônia brasileira e nas florestas colombianas marcaram 2023 como
um ano de esperança.
No Brasil, a redução de 36% na taxa de desmatamento (a mais baixa
desde 2015) reflete um comprometimento renovado com a proteção
ambiental, atribuído em parte à mudança de liderança governamental e
ao comprometimento do presidente do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Promessas de demarcação de terras indígenas e a revogação
de políticas contrárias à conservação são passos concretos nessa
direção.
A Colômbia, seguindo um caminho semelhante, deu passos ousados ao
declarar o fim da exploração de petróleo, contribuindo para a redução de
49% na perda de floresta primária em comparação com 2022. Sob
administração de Gustavo Petro, essas iniciativas, embora distintas,
compartilham um denominador comum: a prova de que políticas
assertivas podem e devem reverter o desmatamento.
Desafios persistem em outros cantos do mundo
Contrastando com os avanços dos dois países sul-americanos, o cenário
global de desmatamento em 2023 manteve-se elevado, com uma perda
total de 3,7 milhões de hectares de florestas tropicais primárias – o
equivalente a perder quase 10 campos de futebol de floresta por minuto.
Países como Bolívia, Laos e Nicarágua experimentaram aumentos
preocupantes nas taxas de desmatamento, colocando em risco não
apenas suas biodiversidades locais, mas também contribuindo
negativamente para o equilíbrio ambiental global. A Bolívia, por exemplo,
viu um salto de 27% na perda de floresta primária, destacando-se
negativamente no cenário tropical.

O Canadá e a Indonésia também enfrentam seus próprios desafios, com
incêndios devastadores e o impacto do fenômeno El Niño,
respectivamente, exacerbando a perda de cobertura florestal. Esses
eventos ressaltam a complexidade do desafio global do desmatamento,
que vai além das fronteiras geográficas e climáticas.
Divulgada nesta quinta-feira (4), a análise feita pelo Laboratório de
Análise e Descoberta de Terras Globais (Glad) da Universidade de
Maryland, com base na plataforma GFW do World Resources Institute
(WRI), ONG ambientalista fundada nos EUA, alerta que, apesar dos
progressos pontuais, o mundo está longe de atender às metas
estabelecidas pela Declaração dos Líderes de Glasgow. Com a perda
contínua de 3 a 4 milhões de hectares de floresta tropical por ano, o
prazo de 2030 para a reversão significativa do desmatamento parece
cada vez mais distante.

Um chamado ao compromisso global
Os esforços do Brasil e da Colômbia no combate ao desmatamento,
embora louváveis, não podem compensar o retrocesso observado em
outras nações. A necessidade de uma ação global coordenada é mais
urgente do que nunca, pois, para alcançar a meta acordada por líderes
de 145 países, serão necessários incentivos duradouros, mecanismos
financeiros inovadores e investimentos em bioeconomia.
A proteção das florestas não é apenas uma questão de conservação,
mas uma necessidade crítica para combater a mudança climática,
preservar a biodiversidade e garantir meios de subsistência sustentáveis
para comunidades locais.
Mikaela Weisse, diretora do GFW, sintetiza a situação atual com
precisão: “O mundo deu dois passos para frente e dois para trás.” Esse
equilíbrio precário entre progresso e retrocesso destaca a importância de
não apenas celebrar as vitórias, mas também reconhecer e abordar os
desafios que persistem.
Enquanto o Brasil e a Colômbia trilham o caminho para um futuro mais
verde, é essencial que outras nações sigam seu exemplo, reconhecendo
que o combate ao desmatamento é uma responsabilidade compartilhada,
que requer esforços conjuntos e persistentes.
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com agências e Global Forest Watch

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