Centrais lançam Carta Aberta ao povo brasileiro contra política econômica

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Nós, brasileiros e brasileiras, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da
cidade, mulheres, jovens, negros e negras, construtores e construtoras do
movimento sindical e das lutas populares do nosso país, nos mobilizamos nesta
quarta-feira, 30 de outubro de 2019, nas ruas da capital federal, para manifestar
nossa indignação com o governo Jair Bolsonaro e sua política econômica que
agrava a crise econômica, não gera empregos, ataca nossos direitos sociais e a
soberania do nosso país.
As ações e as reações do governo – e a falta delas – só fazem piorar a situação do
povo brasileiro. A economia não cresce. Os desempregados já são 12,6 milhões.
Somando desempregados, trabalhadores desalentados e aqueles que só
conseguem trabalhos com jornadas parciais, o Brasil tem hoje 27,8 milhões de
trabalhadores subutilizados.
A desigualdade social só aumenta. O 1% mais rico do país, que são 2,1 milhões
de pessoas, ganham 34 vezes mais do que os 104 milhões de brasileiros que
compõem a metade mais pobre da população. Os rendimentos dessa parcela mais
rica cresceu 8%, enquanto o dos mais pobres caiu 3%. De toda a renda do Brasil,
40% estão nas mãos de apenas 10% da população, dados que revelam recordes
históricos de desigualdade.
Temos um governo que assiste e promove a destruição do país. O ano iniciou com
mais um crime da Vale, matando 251 trabalhadores em Brumadinho e vemos, até
agora, a inércia do Estado na responsabilização e punição dos envolvidos.
Assistimos, depois, a escalada criminosa das queimadas na Amazônia e, agora, o
óleo que mancha e polui o litoral do Nordeste sem que o presidente Bolsonaro se
digne sequer a visitar a área. É sempre o lucro acima da vida.
Não podemos mais aceitar que o povo trabalhador seja tratado como responsável
por essa crise, como querem Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes. Para eles, a
“solução” é tudo para os ricos e patrões e a destruição, o corte e a
comercialização dos direitos da maioria do povo. Assim foi com a reforma da
Previdência, com os cortes na educação, o congelamento dos investimentos
sociais e as propostas de reforma administrativa, tributária e de mais cortes nos
direitos dos trabalhadores.
Como se não bastasse todo esse retrocesso e inércia, Bolsonaro e Paulo Guedes
colocam o Brasil à venda. Querem liquidar nosso patrimônio, vendendo empresas
públicas lucrativas, estratégicas, que são motivo de orgulho para os brasileiros.
Entregam nosso futuro planejando o leilão das nossas reservas de petróleo e
minando a capacidade de nossas universidades produzirem pesquisa, ciência e
tecnologia. Entregam nossa soberania e, com ela, destroem nossa capacidade de
projetar um desenvolvimento econômico e social independente e de superar mais
essa crise.
Com essa agenda de retrocessos, não espanta a baixa popularidade do governo.
O presidente e seus ministros(as) fazem o brasileiro passar vergonha
internacional em todas as oportunidades, alinhando-se ao que há de mais
atrasado na política internacional. A prática e o discurso de Bolsonaro são fontes
de ódio e ataques à diversidade, às mulheres, à população negra, LGBT e a
todos/as que lutam por seus direitos.

Frente a esse cenário sombrio, o povo brasileiro está desafiado a resistir e
enfrentar esses ataques nas ruas, como fazem nossos irmãos do Chile e do
Equador. Na Argentina, o povo já disse basta a esse neoliberalismo autoritário e
fracassado. Na Bolívia, Colômbia e Uruguai, quando a democracia é respeitada, o
povo escolhe o caminho do desenvolvimento com paz, inclusão social e integração
regional. Nos solidarizamos e nos somamos à resistência latino-americano contra
um projeto de saque das nossas riquezas e exclusão dos povos da nossa região.
Esse caminho da exclusão não nos representa, assim como Bolsonaro, Paulo
Guedes e aqueles que apoiam no Congresso esse governo e sua política.
Defendemos e lutamos pelas alternativas que façam do governo parte da solução
dos problemas dos brasileiros. Nos comprometemos a dialogar com a classe
trabalhadora e todo o povo brasileiro em torno das alternativas que estimulem o
crescimento econômico e a geração de empregos de qualidade, garantam nossos
direitos, promovam a justiça social e se comprometam com a soberania e a
democracia no Brasil.
Chega de Bolsonaro e Paulo Guedes!
Brasília, 30 de outubro de 2019
Frente Brasil Popular – Frente Povo Sem Medo – CUT – Força Sindical – UGT – CTB
– CSB – Intersindical

Fonte: Agência Sindical

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