Equipe de Lula começa a negociar benefícios sociais no orçamento de 2023 com o Congresso

Auxílio de R$ 600, ganho real do salário mínimo, retomada do programa farmácia
popular, entre outros benefícios, estiveram no centro das discussões entre o vice-
presidente eleito, Geraldo Alckmin, e o relator do orçamento do próximo ano
A manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 a partir de janeiro de 2023 e o ganho
real do salário mínimo estiveram no centro da reunião de transição para o
governo Lula, realizada no Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira (3). O
vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), o relator do orçamento para o
próximo ano, o deputado Marcelo Castro (MDB-PI), e o senador eleito Wellington
Dias (PT-PI) discutiram como encontrar espaço no orçamento para garantir o
pagamento desses benefícios sociais.
Também estiveram na pauta de discussões a retomada de investimentos no
programa Farmácia Popular, a manutenção da desoneração dos combustíveis, o
pagamento adicional de R$ 150 por criança de até seis anos para beneficiário do
Auxílio Brasil, e ainda reajuste de servidores; correção da tabela do Imposto de
Renda e o desafio de zerar as filas do SUS.
Também participaram da audiência a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o
coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante, os senadores
Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Fabiano Contarato (PT-ES),
Confúcio Moura (MDB-RO) e os deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG), Enio
Verri (PT-PR), Rui Falcão (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS).
Dias, indicado como o coordenador do governo Lula para o Orçamento, disse
nesta quarta (2), em entrevista à GloboNews, que a manutenção do pagamento
do Auxílio Brasil em R$ 600 e um ganho real (acima da inflação) de 1,3% ou
1,4% no salário mínimo em 2023 estão entre os planos da gestão petista.
As promessas, no entanto, não estão previstas no projeto orçamentário enviado
pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional.
O relator Marcelo Castro já ressaltou que o Orçamento, do jeito que foi enviado
pelo governo atual ao Congresso, não comporta as promessas da campanha
petista.
“Todos nós sabemos que este é o orçamento mais restritivo da história. O
orçamento veio com alguns furos, algumas deficiências, como por exemplo, a não
correção da merenda escolar, não tem recursos para a farmácia popular, foram
cortados recursos, por exemplo, da saúde indígena, dos imunobiológicos, das
vacinas. É um orçamento que já é deficitário por si próprio”, afirmou Castro ao
chegar para o encontro desta quinta.
Ele também disse que o Congresso terá boa vontade com as promessas feitas
pela chapa eleita, mas que precisa ouvir ideias sobre como adequar os
compromissos assumidos com a peça orçamentária.
“Só no Bolsa Família teríamos um acréscimo de aproximadamente R$ 70 bilhões.
Não há espaço orçamentário. Nós não maquiamos números, não fantasiamos com
números”, disse o emedebista.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *