Governo de SP promove audiências públicas para privatizar Sabesp

Uma consulta virtual e outras sete audiências foram marcadas para debater a futura tarifa e contratos dos 375 municípios; Sintaema convoca trabalhadores para Assembleia.

Na última quinta-feira (15) o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, anunciou que irá realizar consultas públicas sobre o projeto de
privatização da Companhia Paulista de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp). Esta nova etapa do plano de venda do controle

da companhia é acompanhada de perto pelo Sindicato dos
Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São
Paulo, Sintaema.
A permissão para privatizar a Sabesp veio pela Assembleia Legislativa
de São Paulo (Alesp), no início de dezembro, onde foi aprovado o projeto
do Executivo sob  forte repressão policial contra os manifestantes.
Agora o governo pretende realizar uma audiência pública virtual no dia
14 de março e outras sete presenciais nas cidades de: São Paulo (23 de
fevereiro), Santos (26 de fevereiro), São José dos Campos (27 de
fevereiro), Registro (29 de fevereiro), Franca (5 de março), Presidente
Prudente (7 de março) e Lins (9 de março). Os endereços podem
ser  conferidos aqui.
Para completar o ‘verniz democrático’ dado a esta etapa da venda da
companhia, o governo recebe sugestões pela internet até 15 de março
. Além disso, quem pretende se manifestar na audiência virtual
deve fazer inscrição dia 13 março com formulário que estará disponível
entre 14hs e 15hs:  https://forms.microsoft.com/r/spREYDVfXq
As consultas públicas visam debater os 375 contratos com os municípios
paulistas e a regulação da tarifa em caso de privatização, além de outras
medidas de cobertura e prestação de serviços.
Hoje o governo de São Paulo possui 50,3% das ações empresa e o
restante é negociado na bolsa de valores brasileiras (B3) e outra para
nos Estados Unidos, na bolsa de Nova Iorque.
Protestos
O Sintaema se mantém mobilizado para impedir a venda da Sabesp, que
é uma empresa com excelentes números e não apresentava nenhuma
justificativa de mercado para que a privatização fosse realizada. Em
2022, a empresa teve lucro de R$ 3,12 bilhões.
A frágil argumentação do governo que a privatização permite
universalizar o sistema de água e esgoto do estado é falho, segundo o
Sindicato, pois a própria Sabesp trabalha com um plano
de  universalização dos serviços para ser alcançado em breve, em 2029.
De acordo com a direção da entidade, a falta de transparência da
empresa e do governador com a privatização tem deixado os
trabalhadores receosos quanto ao futuro da empresa.
Como forma de manter a unidade na expectativa de barrar tamanho
retrocesso e acompanhar os tramites pela privatização, uma assembleia

com os trabalhadores urbanitários foi convocada pelo Sintaema para a
próxima terça-feira (20) onde será debatida estas audiências promovidas
pelo governo – três dias antes da primeira audiência que acontece em
São Paulo.
“É muito importante a presença dos trabalhadores na Assembleia. A
privatização coloca em risco uma das empresas de saneamento que é
referência no Brasil e no mundo e que para chegar aonde chegou contou
com a contribuição dos trabalhadores”, afirmou a direção do Sintaema.

Fonte: Vermelho

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *