Governo inclui 248 empregadores na ‘lista suja’ do trabalho escravo

Recorde de incluídos faz a vergonhosa lista alcançar 654 pessoas físicas ou jurídicas. Atualização do Cadastro de Empregadores é feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

A “Lista Suja” do trabalho escravo teve a inclusão de 248 empregadores pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e chegou a 654 nomes – recordes
negativos em termos gerais e de novas inclusões. O Cadastro de Empregadores,
divulgado na última sexta-feira (5), reúne os patrões que submeteram
trabalhadores a condições análogas à escravidão. O documento é atualizado
semestralmente.
Este vergonhoso acréscimo na lista foi o maior já registrado na história, sendo
que 43 inserções dizem respeito a escravidão no âmbito doméstico.
De acordo com o MTE, as atividades econômicas com maior número de inclusões
foram:
– trabalho doméstico (43);
– cultivo de café (27);
– criação de bovinos (22);
– produção de carvão (16);
– construção civil (12).

Fiscalização
O trabalho de fiscalização de auditores do trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) é o responsável pela identificação desses empregadores. As ações
contam com o apoio da Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal,
Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
A partir do flagrante decorrente da ação fiscal, os auditores lavram autos de
infração conforme constatam as violações descobertas. Cada auto gera um
processo para o empregador, que tem o direito ao contraditório e a ampla defesa.
Dessa forma, somente são incluídos na Lista Suja os empregadores que tiveram
todo o processo de irregularidade julgado, ou seja, quando confirmada a
submissão dos trabalhadores à situação análoga à escravidão.
Dessa forma, estas 248 novas inclusões de pessoas físicas ou jurídicas
permanecem por dois anos no Cadastro. Inclusive nesta última atualização 50
nomes deixaram de ter seu nome na Lista Suja. Porém, caso voltem a ser
autuados e julgados culpados terão seus nomes de volta na vergonhosa lista que
expõe violadores dos direitos humanos.
Para denunciar casos de trabalho análogo à escravidão, as pessoas podem utilizar
de forma anônima e segura o Sistema Ipê Trabalho Escravo, do MTE com a
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Outra maneira para denunciar é pelo Disque 100, a central telefônica coordenada
pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). O serviço é gratuito e
funciona sete dias por semana, 24 horas por dia. Basta telefonar para o número
100, conforme indica o Ministério do Trabalho e Emprego.
Confira aqui todos os  654 envolvidos com trabalho escravo , lista que teve na
edição anterior a inclusão de nomes ligados à cervejaria Kaiser, do grupo

Heineken, por vínculo com a Transportadora Sider, com 23 trabalhadores
resgatados.

Fonte: Portal Vermelho

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