Lula renova isenção a semicondutores e estimula a reindustrialização

Para Luciana Santos, decreto demonstra “o apoio do governo à indústria
nacional de semicondutores e o compromisso com uma matriz energética

limpa”

Não é mera coincidência. Na mesma semana em que funcionários de
quatro montadoras – Hyundai, General Motors, Stellantis e Volkswagen –
estão em férias coletivas no Brasil, o governo Lula renovou o Padis
(Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de
Semicondutores). O decreto foi assinado nesta quarta-feira (29) no Diário
Oficial da União e valerá até 2026.
Por trás das duas notícias está a crise global de semicondutores –
insumo que responde pelo fluxo de correntes elétricas nos automóveis.
As montadoras responsabilizam ainda os juros altos e a demanda em
baixa, mas a falta de componentes segue impactando o setor. Formados
por metais que estão com preço em alta devido à guerra na Ucrânia, os
semicondutores também são fundamentais para a fabricação de chips
usados em outros segmentos, como o eletrônico e a chamada Indústria
4.0.
Embora conte com um dos maiores parques industriais do mundo, o
Brasil produz apenas 0,2% da oferta mundial de semicondutores e
continua dependente de importações. Sem esse componente, o projeto
de reindustrialização do País fica manco, inviável até. Por isso, o Decreto
nº 11.456/2023 – que atualizou e expandiu o Padis – vem em ótimo
momento.
O programa foi criado em 2007, no segundo governo Lula, com o objetivo
de zerar as alíquotas de Imposto de Importação, IPI e PIS-Cofins na
produção de chips e semicondutores. Há dois trunfos no novo modelo: o
montante de incentivos fiscais passa de R$ 600 milhões e o decreto
passa a incluir os fotovoltaicos (painéis solares). Com isso, além de
estimular a reindustrialização, o Padis se torna uma importante referência
para a “economia verde”.
“O programa contribui para o desenvolvimento tecnológico do país e
fortalece a indústria nacional. Considera não apenas os semicondutores,
mas células fotovoltaicas, com o incentivo à produção de energia solar”,
afirma o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços. “Este é mais um movimento para
estimular o investimento, a produção nacional, gerando renda e emprego
de qualidade”, acrescentou.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também
elogiou os avanços no decreto assinado por Lula. Para Luciana, a
renovação do Padis é parte do esforço de Lula para “retomar o papel do
Brasil no desenvolvimento e na fabricação de semicondutores”.
A inclusão de componentes para fabricação de placas solares foi
celebrada pela ministra. “É a demonstração do apoio do governo à
indústria nacional de semicondutores e do compromisso com uma matriz

energética limpa”, afirmou Luciana. Segundo a Absolar (Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), 11% da matriz energética do
Brasil tem como fonte a captação solar.

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