Paim defende redução da jornada de trabalho sem impacto salarial

O senador Paulo Paim (PT-RS), em pronunciamento nesta terça-feira (6),
defendeu a necessidade de o Brasil discutir a redução da jornada de trabalho,
sem redução salarial. Ele destacou a importância de um projeto de lei de autoria
do senador Weverton (PDT-MA) que propõe essa redução, como forma de
enfrentar os desafios da automação e garantir melhores condições de vida para
os trabalhadores (PL 1.105/2023).
O senador lembrou que, de acordo com o projeto, a jornada de trabalho não
poderá exceder 40 horas semanais, com a perspectiva de chegar a 36 horas
semanais gradualmente, com turnos de seis horas para todos os trabalhadores.
Ele explicou que essa mudança não acarretaria prejuízo algum para os
empregadores e empregados.
— De acordo com estudo realizado pelo Dieese [Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], a redução da jornada de
trabalho para 40 horas semanais geraria 3 milhões de novos postos de trabalho.
Em um segundo momento, com a diminuição para 36 horas semanais,
geraríamos, então, 6 milhões de empregos no Brasil. Isso representaria uma
transformação importantíssima em nosso mercado de trabalho, proporcionando
oportunidades para muitos brasileiros que hoje enfrentam dificuldades para
encontrar emprego — observou.
Paim ressaltou que o mundo todo está debatendo essa questão e citou o
sociólogo italiano Domenico De Masi, que alertou para a diminuição significativa
de postos de trabalho devido à automação. Para o senador, a redução da jornada
é fundamental para equilibrar a equação da produtividade industrial e evitar o
desemprego em massa.
O parlamentar também mencionou exemplos de países que já estão
experimentando jornadas mais curtas, com resultados positivos em termos de
produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores. No Brasil, explicou ele,
algumas empresas já estão adotando essa mudança, conhecida como modelo
100-80-100, onde os profissionais continuam recebendo 100% do salário, mas
trabalham 80% do tempo anterior, mantendo a produtividade em 100%.
— Especialistas afirmam que o futuro do trabalho é, de fato, a redução da
jornada. Podemos também lembrar que todos ganham mais dinheiro no mercado,
mais salário, há mais gente trabalhando, produzindo, recebendo e
consumindo. Enfim, a redução da jornada de trabalho só se tornará uma vitória
se for resultado de um amplo entendimento no Congresso e no Executivo, bem
como entre empregados e empregadores. A redução da jornada de trabalho é
uma oportunidade para construir um Brasil mais justo e mais produtivo — disse.
Fonte: Agência Senado

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