Presidente alemão anuncia 35 milhões de euros para Fundo Amazônia

Com a posse de Lula, mecanismo de financiamento de ações ambientais
volta a receber recursos internacionais que haviam sido suspensos sob o

governo destrutivo de Bolsonaro

A posse de Lula e o compromisso do Brasil com a redução do
desmatamento já resultaram em avanços importantes no campo
ambiental. O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier anunciou que o
país vai liberar imediatamente 35 milhões de euros para o Fundo
Amazônia.
Ainda neste domingo (1º), tão logo empossado presidente,  Lula
assinou  uma série de medidas provisórias e decretos, entre os quais o
que restabeleceu o funcionamento do fundo, que havia sido paralisado

durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do então ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles. Também foram assinadas, entre outras, a
reestruturação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a
revogação de decreto de Bolsonaro que facilitava o garimpo ilegal.
Leia também:  Transição de Lula acusa Bolsonaro de abandonar
fronteiras na Amazônia
Em entrevista concedida a jornalistas em hotel na capital federal neste
domingo (1º), Steinmeier destacou, segundo o jornal Valor Econômico:
“O presidente Lula anunciou que quer parar o desmatamento da
Amazônia até 2030. Sabemos que isso implicará em conflitos com vários
interesses na América do Sul”.
Ele apontou desafios a serem enfrentados, como o garimpo ilegal, que
durante o governo Bolsonaro foi facilitado. O presidente alemão também
saudou o desenvolvimento nas relações entre América do Sul e Europa,
que entram em outro patamar com o governo Lula. Steinmeier enfatizou
ser “muito bom saber que o Brasil está de volta no palco internacional” e
acrescentou: “Precisamos do Brasil e precisamos que o Brasil assuma a
liderança”.
Em seu discurso de posse no Congresso Nacional, Lula reafirmou a
posição que o país assume em sua gestão na área ambiental após a
destruição e a política de “passar a boiada” estabelecida por Bolsonaro,
responsável pelo aumento do desmatamento, dos conflitos promovidos
por garimpeiros e dos ataques aos direitos dos povos indígenas, entre
outros retrocessos.
“O Brasil tem de ser dono de si mesmo, dono de seu destino. Tem de
voltar a ser um país soberano. Somos responsáveis pela maior parte da
Amazônia e por vastos biomas, grandes aquíferos, jazidas de minérios,
petróleo e fontes de energia limpa. Com soberania e responsabilidade
seremos respeitados para compartilhar essa grandeza com a
humanidade – solidariamente, jamais com subordinação”, afirmou Lula.

O presidente apontou, ainda, que “nossa meta é alcançar desmatamento
zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz
elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas.
O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica
fronteira agrícola”.
Durante o governo de Jair Bolsonaro e com Ricardo Salles à frente do
Ministério do Meio Ambiente, o conselho que geria o Fundo Amazonia,

composto por representantes da sociedade civil, foi extinto, como forma
de aumentar o controle do governo sobre o mecanismo que financia
ações de preservação da floresta. Assim, doadores como a Noruega e a
Alemanha, congelaram os repasses. Com a eleição de Lula, a Noruega
anunciou a retomada das contribuições.

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