Previdência: oposição vai tentar excluir ‘crueldades’ no segundo turno da votação

Deputada Jandira Feghali criticou papel da mídia tradicional que apresentou as
mudanças nas aposentadorias como a salvação para o país.
"Além de não salvar, sequestrou direitos da população"
Segundo a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da minoria na
Câmara, o texto da “reforma” da Previdência, aprovado pelo plenário da Câmara
em primeiro turno na semana passada, ainda é “muito ruim” para a classe
trabalhadora, em especial para os trabalhadores mais pobres – que terão que
contribuir por 40 anos (no caso dos homens, 35 para mulheres) para alcançarem
o valor integral dos benefícios –, e também para servidores públicos, com pedágio
de 100% do tempo que falta para se aposentarem. A oposição vai tentar excluir
esses e outros pontos “cruéis” da matéria, durante a votação da proposta em
segundo turno.
Serão nove destaques supressivos que os partidos de oposição (PT, PCdoB, Psol,
PSB, PDT e Rede) deverão apresentar na votação prevista para o início de agosto.
O conteúdo desses destaques ainda serão definidos durante o recesso, período
em que a deputada espera que os parlamentares sofram pressão das suas bases
em favor de mudanças que flexibilizem as regras mais excludentes. “Se houver
uma pressão devida, com conversas com os deputados, é possível que tenham
ainda alguma sensibilidade no segundo turno”, disse Jandira em entrevista aos
jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quinta-
feira (18).
O benefício da pensão por morte inferior a um salário mínimo, bem como a
restrição do abono salarial para trabalhadores que ganham até R$ 1.300, devem
ser outros pontos da proposta que a oposição vai tentar suprimir. Jandira cita
também a taxação de servidores inativos que ganham acima de um salário
mínimo, e a inclusão na Constituição das regras de acesso ao Benefício de
Prestação Continuada (BPC) como outros fatores da “reforma” da Previdência que
devem serão objetos dos destaques supressivos a serem apresentados.
A deputada também criticou o papel da mídia tradicional, que se unificou no apoio
à proposta, abdicando do papel de informar devidamente a população sobre os
prejuízos da “reforma” da Previdência. “Não fomos chamados para um debate
sequer. Quem era contra, não teve voz na grande mídia. Apesar disso, metade da
população ficou contra. Há um grande engodo, uma grande enganação. E as
pessoas acreditaram que essa reforma viria para salvar o Brasil. Além de não
salvar, sequestrou direitos da população pobre desse país”, disse Jandira.
Fonte: Rede Brasil Atual

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *