‘Redução de juros poderá criar empregos em massa no Brasil’, diz Luiz Marinho

Na Câmara dos Deputados, ministro afirmou que o governo quer consolidar uma
política de retomada e valorização permanente do salário mínimo
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, apresentou nesta quarta-feira
(12), à Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, o plano de trabalho da
sua pasta para o ano de 2023. Entre os vários temas abordados, ele ressaltou a
necessidade de falar sobre um assunto que “todas as áreas de governo” devem
ter como “ponto de reflexão sobre economia”: a questão dos juros.
“A economia precisa entrar em fase de crescimento para gerar processo de
oportunidade. Os juros brasileiros estão num patamar inaceitável. Esse deve ser
um tema da comissão, porque a redução de juros poderá provocar a geração de
empregos em massa no Brasil”, disse. “Há um clamor de todas as atividades
econômicas, inclusive a constatação de banqueiros”, de que os juros estão acima
do razoável.
A observação de Marinho é realista. Em fevereiro, o presidente da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que “os bancos não
precisam de juros altos para ter lucro”. Segundo ele na ocasião, o que o setor
precisa “é de uma agenda para reduzir o custo de crédito”. Mais do que isso, o
banqueiro afirmou que “os juros precisam baixar e isso não depende só dos
bancos”.
Trabalho escravo
Outro ponto destacado pelo ministro do trabalho na sua fala na comissão foi o
trabalho escravo. Segundo ele, em 100 dias o governo libertou 1.127 pessoas do
trabalho análogo à escravidão. Para Marinho, é “um absurdo e inaceitável” que o
país ainda conviva com essa realidade.
A missão do governo e das instituições, inclusive o Legislativo, não deve se
resumir a pura e simplesmente libertar trabalhadores nessa condição, defendeu.
“Nossa missão é impedir essa condição. Precisamos encontrar caminhos para
evitar que essa aberração aconteça”, disse.
Salário mínimo
De acordo com o ministro do Trabalho, até maio o Executivo encaminhará ao
Parlamento um texto sobre o salário mínimo. O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva já anunciou o mínimo a R$ 1.320 a partir do próximo mês, “o que garante
um bom índice de aumento real”. No entanto, a ideia do governo é consolidar
uma política de retomada e valorização permanente do teto, informou.
Segundo Marinho, a constatação do grupo de trabalho constituído pelo governo e
centrais sindicais é que as políticas do salário mínimo dos governos Lula e Dilma
Rousseff tiveram eficiência muito grande, gerando impactos na distribuição de
renda, e não no que economistas previam à época: que os impactos seriam no
sentido de aumentar a informalidade e a pressão inflacionária.
“A constatação que tivemos derrubou por terra dos esses mitos”, disse. Se a
política tivesse sido mantida pelos governos que sucederam Dilma, o salário
mínimo seria hoje de R$ 1.391, de acordo com o ministro do Trabalho.
Ele destacou também que na agenda da área trabalhista os atores devem ter em
mente o chamado “emprego verde”, pensando nas novas tecnologias e

oportunidades relacionadas à questão ambiental. Defendeu ainda que toda a
sociedade brasileira esteja engajada nessa agenda.

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