Reeleito presidente do Senado, Pacheco impõe derrota ao bolsonarismo

A eleição também representou o fortalecimento do campo democrático.
Marinho, candidato da direita, jurou lealdade a Bolsonaro, investigado

pelos atos golpistas de 8/1

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi reeleito nesta
quarta-feira (1º) para comandar a Casa no biênio 2023-2024. Ele
derrotou por 49 a 32 votos o bolsonarista raiz Rogério Marinho (PL-RN).
Sem chances, o direitista Eduardo Girão (Podemos-CE) desistiu da
disputa para apoiar Marinho.

Candidato das forças de centro e esquerda, Pacheco impôs mais uma
derrota ao bolsonarismo que via na eleição uma espécie de terceiro turno
e última batalha.
Para se ter ideia, a sessão contou com a presença da ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro que foi pedir votos para Marinho.
A eleição também representou o fortalecimento do campo democrático.
Recentemente, o candidato bolsonarista jurou lealdade a Bolsonaro,
investigado como um dos autores intelectuais dos atos golpistas de 8/1.
Leia mais:  Lideranças apontam Pacheco como candidato do campo
democrático no Senado
Na campanha, ele também prometeu aos colegas protegê-los das ações
do Supremo Tribunal Federal (STF) que tem sido duro contra os ataques
à democracia.
Pacheco pediu pacificação e fez uma espécie de prestação de contas.
Num contraponto ao bolsonarismo, ele foi enfático: “Não fomos
negacionistas”, disse, referindo-se a pandemia de Covid-19.
Sob aplausos, o presidente da Casa disse que logo início da sua gestão
foi aprovada a PEC Emergencial, que permitiu o auxílio à população
pobre no alto da crise da pandemia.
“Morriam 4 mil pessoas naquele momento; as pessoas estavam
desemparadas. E é bom que a sociedade brasileira saiba que muitas das
iniciativas para assistir à população brasileira através de auxílio
emergencial, Auxílio Brasil, Programa de Apoio às Pequenas e
Microempresas, Programa de Apoio ao Setor de Eventos, diversos
projetos de assistência social nasceram, foram concebidos no Senado”,
discursou.
Também negou ter sido um obstáculo ao governo anterior. “E ouso
desafiar algum integrante do governo anterior de dizer um só motivo que
pudesse caracterizasse a Presidência do Senado como uma presidência
hostil ao governo federal”, disse. Lembrou ainda que não houve pauta
bomba, perseguição, exigências e chantagens.
Pacheco destacou ainda a produção legislativa da Casa durante a sua
gestão. Afirmou que defenderá as prerrogativas dos senadores e
apontou como prioridades a reforma tributária, o enxugamento da
máquina pública e novas regras fiscais.
“O senador Rodrigo Pacheco acaba de ser eleito presidente do Senado.
Uma vitória da democracia e dos que defendem um Brasil soberano,

desenvolvido e livre do fascismo, das fakenews e da fome. Que seja uma
gestão repleta de conquistas para o povo brasileiro”, comemorou a
deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-
AP), disse que Pacheco “mostrou competência e diálogo à frente da
presidência e, com seu trabalho, continuará ajudando a preservar a
democracia”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a eleição não se tratava
de uma disputa entre dois candidatos. “O que estava em jogo era a
defesa da democracia e da harmonia entre poderes contra o ódio
bolsonarista”, observou.

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