Saída do Brasil do Mercosul afetaria 2,4 milhões de empregos

Governo e indústria começam a avaliar os impactos que uma eventual saída do
Mercosul traria para a economia brasileira, e as primeiras perspectivas não são
das mais otimistas.
As primeiras perspectivas mostram que o golpe no setor produtivo brasileiro será
imenso. Levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)
divulgado pelo Jornal de São Paulo mostra que uma eventual saída do Mercosul,
ou mesmo a flexibilização da Tarifa Externa Comum (TEC) vigente no bloco, pode
afetar 2,4 milhões de empregos e uma massa salarial de R$ 52 bilhões, e em
diversas localidades onde o presidente Jair Bolsonaro venceu a eleição com
resultados expressivos.
Entre janeiro e agosto, os países do Mercosul compraram US$ 9,2 bilhões em
produtos brasileiros, que importou US$ 11,8 bilhões de seus parceiros comerciais.
As vendas foram puxadas por segmentos como calçados, fogões e a indústria
têxtil.
Os impactos não seriam sentidos apenas na escala econômica, mas também em
termos sociais – dentre eles, a necessidade de passaporte com visto para entrar e
sair dos países vizinhos. As famílias que vivem nesses países teriam sua
permanência em risco, e os diplomas dos estudantes deixariam de ser válidos.
Até mesmo o emplacamento de veículos seria revisto por conta de uma decisão
considerada “extremada” por assessores nos bastidores políticos.
Durante sua viagem à Ásia, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse que “a
volta da turma do Foro de São Paulo e da Cristina Kirchner para o governo
argentino pode, sim, colocar em risco todo o Mercosul”, segundo informações do
jornal Folha de São Paulo. “E, se possivelmente colocando em risco todo o
Mercosul, repito, possivelmente, você tem de ter uma alternativa no bolso”,
afirmou.
As autoridades brasileiras acreditam que a redução tarifária em 80% de mais de
10 mil produtos do bloco poderia levar a uma grande abertura comercial dentro
de quatro anos, afetando principalmente a indústria automobilística. Essa revisão
precisa do aval dos quatro países-membros (Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai).
Contudo, existe uma resistência da Argentina com relação a assinatura desse
acordo, e a ordem de avaliar o impacto da saída brasileira do Mercosul foi dada
depois que a chapa formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina
Kirchner (ambos protecionistas) disparou nas pesquisas eleitorais para a sucessão
presidencial.

Fonte: GGN

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