Salariômetro registra perda salarial em maio pela 1ª vez em 3 anos

Pela primeira vez em 3 anos, os reajustes salariais perderam da inflação
registrada em maio deste ano, segundo o levantamento do Salariômetro, da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A inflação acumulada de maio ficou em 5,1% e o aumento mediano salarial foi de
5%. De acordo com a pesquisa, apenas 20,4% das negociações resultaram em
aumentos reais.
Para Hélio Zylberstajn, professor sênior da FEA/USP e coordenador do projeto
Salariômetro da Fipe, como nos últimos três anos o país teve inflação
relativamente baixa, entre 2% e 3%, mesmo com atividade econômica fraca era
possível ter um pequeno ganho real.
"Depois da greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, o índice de junho e julho
explodiu, o que reflete na inflação acumulada até agora. Com a economia fraca,
as empresas não conseguem chegar a 5% de reajuste em média", explica
Zylberstajn.
A expectativa é que a retomada dos salários deve demorar. A projeçãodo INPC
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para junho de 4,8% não deixa muito
espaço para a volta dos aumentos reais. O piso salarial mediano negociado em
maio foi a R$1.232 (23% acima do salário mínimo).
Salário médio
Outro ponto que chama a atenção na pesquisa do Salariômetro é a mudança
estrutural da relação entre sindicatos e empresas. A tendência de queda no
fechamento de convenções coletivas começou em 2013, 4 anos antes da reforma
trabalhista.
Mas, a partir de 2012, muitos sindicatos de trabalhadores passaram a explorar as
vantagens da negociação de acordos coletivos. Desde então, têm alternado os
dois formatos.

"Com a reforma trabalhaista, essa tendencia se fortalezeu ainda mais. No acordo
coletivo, é possível modificar o que a convenção coletiva estabeleceu", afirma
Zylberstajn.
O Salariômetro calcula o salário médio de admissão em cada profissão, separando
as categorias de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO),
elaborada pelo Ministério do Trabalho.

Fonte: Portal Vermelho

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