Caso Marielle: Dino diz ser “impossível” prever fim das investigações

Ministro da Justiça evitou comentar delação. “O que posso garantir é que

há vontade de elucidação do caso.”

O Ministro da Justiça, Flávio Dino, fez um balanço das investigações
sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) durante uma
coletiva realizada nesta terça-feira (22). Dino ressaltou avanços
significativos obtidos durante sua gestão, especialmente após a
“federalização” das investigações e a entrada da Polícia Federal na
força-tarefa.
“Com a minha chegada no Ministério da Jutiça, passou a haver uma
colaboração mais estreita entre a Polícia Federal e o Ministério Público
do Rio de Janeiro (MP-RJ). Antes, a Polícia Federal já havia obtido outra
delação (a do ex-PM Élcio de Queiroz). Com isso, é natural que existam
novos atos de investigação. Os desdobramentos dos atos daquela
delação podem levar a outras delações. Mas, só ha delação quando há
homologação. O que posso garantir é que há vontade de elucidação do
caso. É impossivel prever o fim das investigações, possivelmente isto
será divulgado pelo meu sucessor, mas houve muitos avanços neste
caso” disse.

Dino explicou que, ao assumir a pasta, promoveu uma construção
jurídica e administrativa que permitiu a atuação da PF no caso. Ele
também salientou que as investigações não estão dissociadas de outras
apurações paralelas no Rio de Janeiro, onde o estado enfrenta um “bloco
criminoso”.
“Houve uma construção jurídica e administrativa que resultou em um ato
meu, permitindo que a PF pudesse atuar neste caso. Essa atuação não
se dá de modo dissociado do MP-RJ. Houve uma recuperação de provas
e a delação do Élcio confirma a materialidade do ato. Faço questão de
mencionar que esta investigação não está dissociada de outras
investigações paralelas no Rio. Hoje, esse estado convive com um bloco
criminoso. O caso Marielle é importante pelo fato de estar articulado com
outros casos. Tivemos atos jurídicos relevantes e a mim coube a
federalização do caso” avaliou.
Dino evitou comentar diretamente a delação premiada de Ronnie Lessa,
acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora, argumentando
que a validade dessa colaboração só existirá apóshomologação pelo
Superior Tribunal de Justiça. Ele reforçou a existência de uma única
delação homologada até o momento, conforme nota divulgada pela
Polícia Federal.
“Antes, a Polícia Federal já havia obtido outra delação (a do policial
aposentado Élcio de Queiroz). Com isso, é natural que existam novos
atos de investigação. Os desdobramentos dos atos daquela delação

podem levar a outras delações”, declarou. “Mas só há delação quando há
homologação. O que posso garantir é que há vontade de elucidação do
caso.”
Em nota divulgada nesta terça-feira (23), a PF afirma que “até o
momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente
homologada pelo Poder Judiciário”. Ainda conforme o órgão, as
investigações continuam sob sigilo e “a divulgação e repercussão de
informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho
investigativo e expõem cidadãos”.
Ronnie Lessa, de acordo com o site The Intercept Brasil, teria implicado
o ex-deputado estadual Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de
Contas do RJ, como um dos mandantes do assassinato de Marielle
Franco. O nome de Brazão já havia sido relacionado ao caso em 2019
por suspeitas de obstrução das investigações e voltou à tona
recentemente, durante a delação premiada de Élcio Queiroz, motorista
que dirigia o carro para Lessa o dia do crime.
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com informações de agências

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