“Governo vai voltar a ouvir o povo”, diz Lula sobre participação social

Presidente eleito reafirmou a integração da sociedade no planejamento de
políticas públicas, decisões e ações do governo federal.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito, Geraldo
Alckmin, estiveram com integrantes do Conselho de Participação Social do
Gabinete de Transição, nesta terça-feira (13), no CCBB, em Brasília.
No encontro, Lula reafirmou que o combate à fome, a melhoria da educação
básica e do acesso da população às especialidades médicas no Sistema Único de
Saúde (SUS) serão prioridades de seu novo governo.
“Não teria outro sentido em voltar a ser presidente da República se não fosse
para fazer melhor do que foi feito na primeira vez. Tivemos uma experiência
exitosa. Houve uma participação popular muito ativa. Além das 74 conferências
nacionais que nós fizemos, tivemos centenas de reuniões de conselhos que
discutiram todos os assuntos. Temos que voltar a fazer”, disse o presidente
eleito.
Prioridades
Lula assumiu um compromisso público destacando como prioridade o cuidar da
saúde e com o ensino básico do país. “Nós precisamos fazer um mutirão para
melhorar o ensino básico nesse país. Vamos fazer um esforço muito grande para
fazer escola de tempo integral, que além de permitir que a criança estude mais,
vai diminuir a violência nas periferias porque elas estarão menos expostas”.
Para solucionar a questão da fome no país, Lula disse que o governo vai
incentivar a produção de alimentos, por meio de programas de estímulo que
foram a marca das gestões anteriores, como o PAA, o PNAE, além da retomada
da Conab para a regulação de estoques.
Defendeu também a retomada do programa Farmácia Popular, “para que o povo
possa voltar para a casa com o seu remédio”, e que será preciso fortalecer o SUS
e, de forma decisiva, criando condições para que as pessoas tenham acesso às
chamadas especialidades.
“O problema das pessoas mais humildes no país é que eles conseguem uma
consulta em algum hospital. Então, quando o médico pede um exame mais
sofisticado, como uma ressonância magnética, a pessoa espera dois anos para
fazer. Ninguém aguenta ficar com dor esperando, sofrendo”, reclamou.
Lula sugeriu a manutenção do Conselho para “de tempos em tempos, fazer uma
reunião com vocês e fazer uma avaliação de como a coisa está indo. Esse
conselho precisa perdurar para a gente se reunir”, defendeu o presidente eleito.
O Conselho de Participação Social é integrado por representantes de 57 entidades
sociais e populares de todo o país. Entre eles, a Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB). O representante da entidade é Ronald Ferreira dos
Santos, ex-presidente do Conselho Nacional da Saúde (CNS). Ao Portal Vermelho,
o sindicalista comemorou a promessa do presidente Lula que colocou a saúde
como uma das três prioridades em seu governo.
Segundo Ronald, o dia de ontem foi importantíssimo. “Lula apresentou os
caminhos para dar materialidade a essa esperança para quem trabalha com
saúde pública. Foi isso que assistimos ontem, e em especial, eu, militante do

SUS, da Saúde, fiquei muito feliz de ouvir do próprio presidente eleito que vai
colocar o combate à fome e o direito à saúde, a defesa da saúde pública e a
educação, como temas preferenciais de sua próxima gestão”.
Um dos últimos grupos a serem formados no gabinete de transição, o conselho
teve 15 dias intensos de trabalho para montar um diagnóstico a ser entregue ao
gabinete de transição no dia de ontem.
Segundo os conselheiros, neste documento, é apresentado uma sugestão de
revogação de normas do atual governo que desviam a participação social no
governo. O grupo propôs também a criação de órgão para garantir a participação
social nos diferentes ministérios.

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