Lula classifica como ameaça as exigências da UE para acordo com Mercosul

Durante Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, presidente falou sobre
impasse criado pela União Europeia e a criação de moedas para facilitar
o comércio entre países.

Mantendo postura altiva em relação à União Europeia, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva voltou a rechaçar os termos impostos pelo bloco para
que seja fechado acordo com o Mercosul. Durante participação na cúpula
Novo Pacto Financeiro Global, nesta sexta-feira (23) em Paris, Lula
classificou as exigências como ameaça e cobrou que os tratados
comerciais passem a ser mais justos.   O evento foi organizado pelo
governo francês.
Ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula disse: “Não é
possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta
adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a
gente vai resolver isso?”.
Também destacou: “Estou doido para fazer um acordo com a União
Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela UE não
permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos
mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir.”

Ainda no âmbito econômico, Lula falou sobre a criação de novas moedas
para o comércio entre países. “E tem gente que se assusta quando eu
falo que é preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio. Eu
não sei por que Brasil e Argentina têm de fazer comércio em dólar. Por
que que a gente não pode fazer nas nossas moedas. Não sei por que
Brasil e China não podem fazer nas nossas moedas. Por que eu tenho
que comprar dólar?”.
O presidente disse, ainda, que esta discussão está em sua pauta. “Se
depender de mim, ela vai acontecer na reunião dos Brics, que será em
setembro. E vai acontecer também na reunião do G-20, porque nós
vamos precisar colocar mais companheiros africanos para participar do
G-20. Como vocês estão fazendo no G-7”, argumentou.

Lula também apontou que os fóruns internacionais “não podem ser um
grupo de luxo. A elite política. Não. Nós temos que chamar os desiguais,
os diferentes, para que a gente possa atender a pluralidade dos
problemas que o mundo tem. Todos nós, todos nós, temos como
parâmetro o que aconteceu na União Europeia. Você sabe, Macron, que
eu acho que a construção da União Europeia, foi um patrimônio
democrático da humanidade”.

Em seu discurso, o presidente também falou sobre o combate à
desigualdade, a preservação da Amazônia e compromissos globais com
o combate à crise climática. Acompanhe cobertura sobre os temas
no Portal Vermelho.
Mais tarde, depois do evento, Lula almoçou com o presidente Emmanuel
Macron, no Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente francês.

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