Pé-de-Meia dará R$ 2 mil/ano a alunos do ensino médio público

Bolsa do Ensino Médio é uma tentativa do governo para reduzir a evasão
escolar, que atinge 8,8% dos alunos da Educação Básica no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta (25) o decreto
que implementa o programa Pé de Meia, uma espécie de poupança que
o governo federal fará para os alunos que cursarem o ensino médio.
Alunos de famílias beneficiárias do programa Bolsa Família vão receber
um bolsa mensal de R$ 200 para não sair da escola. O Pé de Meia ainda
prevê uma poupança com depósitos anuais de R$ 1.000, cujo valor total
só poderá ser sacado após a conclusão do ensino médio.
A estimativa é que o programa possa atender 2,5 milhões de estudantes
em todo país. O decreto com os valores e requisitos para recebimentos
foi assinado pelo presidente durante a cerimônia que detalhou.
Lula estava acompanhado do ministro da Educação, Camilo Santana,
sua secretária de Educação Básica, Katia Schweickardt, além do ministro
da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.
Serão dez parcelas de R$ 200 por ano (a primeira, no momento da
matrícula). A previsão é que neste ano os pagamentos comecem em
março, mas ainda há detalhes burocráticos a serem resolvidos, segundo
o governo.
Caso o aluno participe do Enem, há previsão de mais um pagamento, de
R$ 200. O objetivo do governo é, além de manter os jovens na escola,
incentivar que participem do exame, principal porta de entrada para o
ensino superior.
O programa é resposta para reduzir a evasão fiscal que, segundo dados
da pasta, atinge 8,8% dos alunos  do ensino básico brasileiro.
Para a assinatura do decreto, o governo organizou um evento no Palácio
do Planalto nesta sexta-feira com vários convidados, entre educadores e
políticos. O ato chamado de “Brasil Unido pela Educação” serviu para
que o ministro Santana apresentasse um balanço das ações de
educação do governo neste primeiro ano.
“Queremos envolver numa cumplicidade educadora a sociedade
brasileira”, disse o presidente Lula
O ministro da Educação afirmou que o programa representa uma decisão
acertada do governo. “Garantir o auxílio financeiro para que esses jovens
permaneçam na escola e não tenha que optar por um prato de comida ou
estudar”, disse Santana.
Durante a assinatura do decreto de regulamentação do programa, Lula
disse que as políticas, na área de educação, tem “a responsabilidade de
tirar o país da situação em que se encontra após 350 anos de

escravidão”, quando uma boa formação era privilégio de poucas
pessoas: “ricos iam estudar fora, enquanto pobres aprendem a cortar
cana.”
Segundo o presidente, dois fatores são decisivos para que esse desafio
resulte em sucesso:
“O primeiro é a qualidade de tratamento que daremos aos educadores,
que estarão em sala de aula. A remuneração tem de ser suficiente para
eles cuidarem de suas famílias. O segundo envolve a comunidade local.
Precisamos convencer pais e mães a acompanhar a situação das
escolas e de seus alunos”, disse.
Além disso, Lula defendeu que políticas como a de escola em tempo
integral têm de ser implementadas como políticas de Estado, e não de
governo. Para seu sucesso, é fundamental que haja participação de
educadores e também da comunidade.
“Caso contrário, correrão o risco de serem alteradas durante mudanças
de governos. O ideal é que façamos políticas que sejam compreensíveis
para prefeitos e governadores”, acrescentou.
Fonte: Vermelho

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